Os Estados Unidos agora ocupam a dianteira na lista dos países “mais cúmplices” de evasão fiscal no mundo, ao obter “a pior nota já registrada” em um barômetro da opacidade financeira publicada nesta terça-feira (17) pela ONG britânica Tax Justice Network (TJN).

A opacidade financeira baixou globalmente, quando a oferta de serviços “utilizados pelos magnatas russos, que realizam fraudes ficais e os políticos corrompidos continuou a regredir globalmente devido às reformas de transparência”, informou a ONG em um comunicado.

Mas cinco países (Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha e Itália) enfraqueceram os avanços no assunto, diz TJN.

A ONG pede especialmente ao G7 que se comprometa na criação de um registro mundial de todas as riquezas e ativos de grande valor, assim como seus verdadeiros proprietários.

Este apelo ocorre na véspera da abertura, na quarta-feira, de uma reunião de ministros das Finanças do G7 e governos dos bancos centrais que se estenderá até a sexta na Alemanha.

“Calcula-se que 10 bilhões de dólares estejam no exterior fora de qualquer regulamentação e em mãos de pessoas endinheiradas no marco de acordo secretos”, indica a ONG em seu comunicado.

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As Ilhas Cayman, um território britânico ultramarino, e os Estados Unidos, desbancaram a Suíça e ficaram, respectivamente, em primeiro e segundo lugar na edição anterior desse barômetro, publicado em 2020.

O país alpino subiu este ano para o segundo lugar, seguido por Singapura. As ilhas Cayman reduziram sua oferta de opacidade financeira e se encontram agora em 14º lugar no índice.

Este país melhorou sua situação após divulgar pela primeira vez dados que mostram que os serviços financeiros fornecidos aos não residentes são claramente inferiores aos cálculos anteriores.

O índice de opacidade financeira é obtido combinando uma nota do sistema financeiro e jurídico de cada país em termos de transperência financeira com o volume de serviços financeiros fornecidos aos residentes.

A oferta de opacidade financeira dos Estados Unidos é hoje quase duas vezes mais importante que a da Suíça, principalmente porque o país “nem sempre respeitam as normas e práticas internacionais de troca de informações com outros países”, segundo o TJN.

A ONG destaca que os EUA aumentaram em 21% o volume de serviços financeiros que prestam a não residentes, números que vão contra “os compromissos e esforços do presidente norte-americano Joe Biden de lutar contra a opacidade financeira em todo o mundo”, completou.


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