A retirada da restrição aos reajustes de servidores do texto do projeto de renegociação da dívida dos Estados vai ampliar o desafio de governadores para cumprir o teto de gastos, única contrapartida remanescente no texto, avaliou o secretário estadual de Fazenda de São Paulo, Renato Villela. O gestor, porém, evitou classificar a medida, articulada por parlamentares da própria base aliada, como derrota do governo federal.

“Acho que o ministro (da Fazenda, Henrique Meirelles) conseguiu aprovar um projeto com consistência. Só lamento que os Estados perderam um instrumento importante. Se tivesse restrição aos reajustes, certamente seria mais fácil cumprir o teto de gastos”, disse.

Segundo Villela, um comando referendado pelo Congresso Nacional vetando reajustes reais aos servidores pelos próximos dois anos seria importante para dar aos governadores condições de cumprir o teto de gastos. A limitação de despesas foi a única contrapartida que resistiu às investidas de deputados da base para desidratar o projeto.

Apesar de reconhecer a perda para os Estados, Villela avalia que o governo não tinha mais condições de insistir na contrapartida dos reajustes. Nesse sentido, foi benéfico aprovar a obrigação do teto de gastos. “Não valia a pena ficar batendo o pé”, disse o secretário, que não avalia o processo como uma “desidratação” do texto. Segundo ele, os Estados terão apenas de fazer um esforço maior para cumprir o teto.