O Estado de São Paulo foi condenado a pagar R$ 350 mil indenização por danos morais a Jonathan Santana Macedo, de 35 anos, que ficou um ano e meio preso injustamente sem que houvesse qualquer prova além de reconhecimento fotográfico.
Quase cinco anos após o ocorrido, a Justiça reconheceu que houve falha no processo de investigação contra Macedo. Em 20 de janeiro de 2020m ele foi detido acusado de dois roubos a uma residência e um roubo de carga. Mas, no momento em que um desses crimes ocorreu, ele estava trabalhando como chapeiro em uma lanchonete na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
Mesmo com o álibi, ele foi apontando como suspeito por vítimas que disseram reconhecê-lo em fotos e, meses depois, pessoalmente.
A defesa de Jonathan chegou a pedir revogação da prisão, mas o Ministério Público de São Paulo negou. Em manifestação, o promotor Evelton Davi Contesopo escreveu que, se ele estivesse preocupado com a esposa grávida, deveria ter pensado “nisso antes de se envolver em problemas”, segundo o telejornal “SPTV”.
No início de setembro de 2025, a Justiça de SP reconheceu que não ficou claro o motivo que resultou na detenção de Macedo. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) ainda ressaltou que há indícios de irregularidades na conduta dos policiais, incluindo o sargento Sérgio Batista, responsável pela prisão, que chegou a ser alvo de investigação na Corregedoria da Polícia Militar.
O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Rogério Schietti foi uma das vozes decisivas no caso de Jonathan ao afirmar que ocorrências como essa escancaram as falhas graves no sistema penal brasileiro.