SANTIAGO, 30 JUN (ANSA) – Pela primeira vez na história, uma militante do Partido Comunista será a candidata da coalizão de centro-esquerda nas eleições presidenciais.
Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho do governo de Gabriel Boric, obteve 60,2% dos votos nas primárias do último domingo (29) e superou por ampla margem a social-democrata Carolina Tohá, que chegou a ser considerada favorita, mas ficou com 28,3% da preferência.
Em seguida aparecem Gonzalo Winter (9%), da Frente Ampla, partido de Boric, e o ambientalista Jaime Mulet (2,9%).
Com cerca de 1,37 milhão de eleitores, as prévias tiveram participação abaixo das expectativas e das primárias de 2021, quando o atual presidente superou o comunista Daniel Jadue em uma votação com 1,7 milhão de cidadãos.
Em seu primeiro discurso após a vitória, Jara defendeu a “união” da esquerda e dedicou uma mensagem a Tohá, Winter e Mulet. “É com eles que vamos seguir percorrendo este novo caminho”, disse a comunista de 51 anos, que é advogada de formação e mestre em gestão pública.
Além de ministra do Trabalho, ela foi subsecretária da Previdência Social no governo Boric. “Que ninguém diga que os sonhos são impossíveis”, acrescentou.
O Partido Comunista já teve candidato a presidente em 1990, mas é a primeira vez que a legenda emplaca um de seus membros para representar toda a centro-esquerda chilena.
Já o campo conservador se divide entre três candidatos: Evelyn Matthei, representante da direita tradicional e líder nas pesquisas, o radical José Kast, já derrotado por Boric em 2021, e o libertário Johannes Kaiser. O primeiro turno das eleições está marcado para 16 de novembro, enquanto um eventual segundo turno seria em 14 de dezembro. (ANSA).