A Polícia Federal desmontou, na terça-feira (5), uma grande organização criminosa responsável pelo tráfico internacional de armas, que fornecia armamento pesado a chefes das maiores facções brasileiras. De acordo com o Fantástico, da TV Globo, as investigações de mais de três anos apontaram que as armas vinham de países da Europa e entravam no Brasil pelo Paraguai.

Fhillip da Silva Gregório, 36 anos, conhecido como Professor do Alemão, está no centro do esquema de aquisição de armas e munições para a facção Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro.

Fhillip e Diego Hernan Dirísio, 49, traficante de armas da América do Sul, são apontados pelo Polícia Federal (PF) como os principais nomes por trás do esquema. A PF estima que, de 2020 até aqui, o esquema de Diego Hernan Dirísio tenha movimentado R$ 1 bilhão.

A empresa de Dirísio fazia vendas legais de armas no Paraguai. As compras eram feitas usando a própria empresa dele que, até então, era legalizada no Paraguai. O armamento vendido vinha da Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia. A Polícia Federal acredita que, em três anos, Dirísio importou mais de 40 mil armas do Leste Europeu.

O armamento entrava primeiro no país vizinho com autorização da Dimabel, órgão de fiscalização de armas no Paraguai, chefiado por militares. Trocas de mensagens mostram que, desde 2020, Dirísio corrompia oficiais de alta patente com presentes de aniversário.

Trocas de mensagens publicadas pelo Fantástico mostram que, desde 2020, Dirísio corrompia oficiais de alta patente com presentes de aniversário.

Em outra mensagem, Dirísio combina a entrada de equipamento direto com Jorge Antonio Orue, chefe da Dimabel e que chegou a comandar a Força Aérea do Paraguai.

No total, 15 funcionários da Dimabel, incluindo os oficiais, foram alvo da operação na última terça. O general Jorge Antonio Orue se entregou às autoridades um dia depois, na quarta-feira (6).