Mudanças em geral são bem difíceis, principalmente feitas para um país com idiomas e culturas diferentes do que se está acostumado. Acompanhadas de uma excitação de se estar em um novo local, vem também o medo de ser bem aceito na comunidade, já que ultimamente a xenofobia tem ganhado ainda mais destaque ao redor do mundo.

Para a empresária e atriz, Kelly Mendes, esposa do jogador Thiago Mendes, que atua no Lyon-FRA, estar inserida em um novo país estrangeiro é bastante difícil. Comumente acostumada a se mudar por conta da profissão do marido, ela comenta que ainda se encontra em um processo para se acostumar a morar na França, país a qual reside atualmente. “Teve dias que eu chorei bastante. Nós brasileiros somos um povo receptivo, caloroso e único, o que me fez querer ir embora. A falta da família, amigos e costumes também pesaram bastante”, comentou.

Além de uma cultura diferente, o fator do idioma tem um grande peso na balança. A empresária explica que não entender a língua nativa a fez sentir medo e diz que: “Eu fui surda e muda. No começo, não conseguia falar e entender nada, e sentia um medo de passar mal na rua ou acontecer algo e eu não saber pedir socorro. Foi horrível, não tinha ouvidos nem boca.”

Kelly relata que viveu um momento desesperador por não saber falar francês. “Uma vez fui ao mercado com meu filho, que na época tinha quatro anos, e ele se escondeu de mim debaixo de uma arara de roupas que havia lá. Eu fiquei completamente desesperada, pois eu não sabia falar francês. Então, fui até um dos seguranças do estabelecimento e comecei a falar ‘help’, que era a única coisa que eu sabia. Depois de uns 30 minutos, ele chegou segurando a mão de uma mulher desconhecida. No final deu tudo certo, mas até encontrá-lo foi desesperador”, contou.

Com a quantidade de ataques xenofóbicos contra brasileiros, que vem ocorrendo em todo o globo, Kelly acredita que ainda vai demorar muito para que possam ser bem aceitos em um novo país. “Acredito que tudo o que ocorre dentro do Brasil, acaba respingando nos brasileiros que moram no exterior. A qualidade do nosso país é mostrada nos noticiários e acabamos sendo mal vistos aqui fora. Acredito que ainda vá demorar décadas para que um dia essas diferenças de nacionalidade deixem de existe”, finalizou.

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