Esposa de Pedro Sánchez não comparece à convocação de juiz por malversação de recursos públicos

Begoña Gómez, esposa do chefe de governo espanhol Pedro Sánchez, não compareceu neste sábado (27) ao tribunal, para o que seria sua quinta convocação no âmbito de um caso de suposta malversação de recursos públicos, alegando que estava autorizada a fazê-lo, indicou uma fonte judicial.

Begoña Gómez deveria comparecer perante o juiz Juan Carlos Peinado neste sábado às 18h (13h em Brasília), mas nem ela nem os outros acusados compareceram ao tribunal, onde deveria ser concretizado o seu indiciamento por apropriação indébita, uma decisão à qual cabe recurso.

O juiz Juan Carlos Peinado considera que uma funcionária contratada pelo gabinete do presidente de governo Pedro Sánchez trabalhou para Gómez em suas atividades privadas, o que constituiria apropriação indevida de recursos públicos.

Nem Gómez nem a funcionária Cristina Álvarez, nem tampouco Francisco Martín Aguirre, que a teria contratado enquanto trabalhava na Presidência e agora é o delegado do governo em Madri, compareceram à convocação neste sábado. Os três foram representados por seus advogados.

Eles justificaram afirmando que “na audiência apenas seriam concretizados os termos daquela acusação e sempre na presença de seu advogado. A presença do acusado não é indispensável”.

Tanto a promotoria quanto os advogados de defesa solicitaram o arquivamento do caso, explicando que os acusados não são funcionários públicos.

O juiz deve comunicar sua decisão nos próximos dias.

Ao comparecer perante o juiz Peinado no dia 10 de setembro, Gómez negou categoricamente ter incorrido em apropriação indébita, afirmando que, de forma “pontual”, pediu a Álvarez “enviar alguma mensagem”, mas insistiu que esta última “nunca” a ajudou em suas atividades profissionais.

Além deste caso, o magistrado também investiga desde abril de 2024 se Gómez se aproveitou do cargo de seu marido em seus negócios privados, com o que poderia ter cometido crimes de corrupção e tráfico de influência.

Este caso provocou um forte confronto entre a promotoria, que pediu o seu encerramento, e o juiz, e gerou irritação em Pedro Sánchez, que manteve o país em suspense por vários dias ao ponderar se renunciaria, o que acabou não fazendo.

No início de setembro, o dirigente socialista acusou alguns juízes de estarem “fazendo política” ao ser questionado sobre os casos judiciais que envolvem vários de seus próximos, incluindo seu irmão, e afirmou que partem “de denúncias falsas”.

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