O ciclismo mountain bike é a última das categorias do ciclismo, totalizando 5 modalidades que estarão nos próximos jogos olímpicos, junto do BMX Freestyle, BMX Racing, ciclismo de estrada e de pista

Assim como as categorias do BMX, o Mountain Bike também é uma modalidade radical. O esporte foi desenvolvido durante a década de 70, quando os esportes radicais ganharam força nos Estados Unidos. A primeira competição oficial aconteceu alguns anos depois, em 1983, nos EUA. O primeiro campeonato mundial foi disputado 7 anos depois, em 1990.

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O Mountain Bike possui algumas diferenças em relação a outras categorias. As provas acontecem em terrenos acidentados, necessitando de pneus mais largos e com amortecedores que suportem o impacto das disputas, sendo mais resistentes que os demais. 

A disputa do mountain bike também é em formato de corrida. Os ciclistas precisam enfrentar um percurso off-road, com subidas, descidas, obstáculos naturais e artificiais durante o percurso. Os atletas que concluírem primeiro a quantidade de voltas determinadas para a competição, vencem as provas. 

Histórico do ciclismo mountain bike em Olimpíada

Com o crescimento rápido dos esportes radicais, o ciclismo mountain bike ganhou força no final do século passado, e rapidamente foi escolhido para fazer parte do calendário Olímpico. Dessa maneira, o esporte apareceu pela primeira vez em Jogos Olímpicos justamente nos Estados Unidos, em Atlanta-1996, tanto no masculino quanto no feminino.

Desde então o Mountain bike tem sido presença constante na grade de esportes olímpicos, ganhando cada vez mais prestígio. No total, a modalidade já esteve no quadro Olímpico em 7 oportunidades: Atlanta-1996, Sidney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020.

Diferentemente das outras categorias do ciclismo, o mountain bike só possui um tipo de prova em Jogos Olímpicos, o Cross-country (masculino e feminino). Dessa maneira, apenas 6 medalhas são distribuídas em cada Olimpíada.

Dessa maneira, somando as sete Olimpíadas, 42 medalhas já foram distribuídas nesse esporte. Em quantidades totais de medalhas, a Suíça é soberana, muito por conta da sua participação em Tóquio: foram 4 medalhas, ouro, prata e bronze no feminino, e uma prata no masculino. No total o país já conquistou 11 medalhas olímpicas. Entretanto, a França, país sede da próxima Olimpíada, é a delegação que mais conquistou medalhas de ouro na modalidade (4). 

Apesar do esporte ter sido desenvolvido e popularizado nos Estados Unidos, o país não tem um retrospecto Olímpico tão forte, tendo conquistado apenas dois bronzes, em Atlanta-1996 e Londres-2012, ambas no Cross-country feminino. 

No masculino, os atletas mais vencedores do esporte são o francês Julien Absalon, que conquistou duas medalhas de ouro (Atenas-2004 e Pequim-2008) e o suiço Nino Schurter, que subiu ao pódio em três oportunidades, tendo conquistado uma medalha de ouro na Rio 2016, uma prata em Londres-2012 e uma bronze em Pequim-2008.

Já no feminino, a italiana Paola Pezzo é a única bicampeã olímpica da modalidade (Atlanta-1996 e Sidney-2000). A ciclista alemã Sabine Spitz também se destaca com três medalhas olímpicas, um ouro (Pequim-2008), uma prata (Londres-2012) e um bronze (Atenas-2004).

Ciclismo mountain bike em Paris-2024

Em Paris-2024 o ciclismo mountain bike fará sua oitava aparição em Jogos Olímpicos, prometendo muita adrenalina e emoção. Assim como nas últimas edições olímpicas, apenas a prova do Cross-Country (masculino e feminino) será disputada. 

Seguindo o cronograma de todas as modalidades em Paris, o número de atletas será o mesmo para cada gênero: 36 homens e 36 mulheres, totalizando 72 ciclistas.

Os dias da disputa do Cross-Country são: 28 de julho (disputa feminina) e 29 (disputa masculina). As provas serão disputadas na Elancourt Hill, colina que marca o ponto mais alto de Paris.

As vagas para Paris-2024 são garantidas, em cada gênero, da seguinte maneira: 27 por ranking, 7 por competições classificatórias, 1 para o país sede e 1 por universalidade. Cada país pode classificar apenas dois atletas por gênero para a competição. Ciclistas que disputarão outras modalidades do ciclismo também podem competir no Mountain Bike.

A disputa do Mountain Bike em Paris promete muita emoção e o cenário é imprevisível. No masculino, o suíço  Nino Schurter vai para a França em busca de sua quarta medalha olímpica. Entretanto, nomes como do britânico Thomas Pidcock (medalhista de ouro em Tóquio-2020) e do espanhol David Valero (bronze em Tóquio-2020) também se destacam.

No feminino a Suíça segue tendo uma das principais delegações no esporte, e Jolanda Neff (ouro em Tóquio-2020) é uma das favoritas. Competindo em casa, a francesa Pauline Ferrand-Prévot, campeã do Mundial de Cross-Country em 2022, tem potencial para disputar o pódio olímpico.

Mountain Bike brasileiro em Olimpíada

Diferentemente de outras categorias do ciclismo, onde o Brasil tem pouca tradição, o país possui um certo destaque no mountain bike, principalmente por conta de ciclistas como Rubens Donizete, Henrique Avancini (duas vezes campeão mundial) e Jaqueline Mourão. Entretanto, no cenário olímpico o Brasil nunca conseguiu uma medalha na modalidade.

A primeira participação do Brasil na modalidade nos Jogos foi logo na estreia do evento, em Atlanta-1996. Desde então, o Brasil participou de todas as Olimpíadas no esporte. Confira os atletas que disputaram representaram o país:

Atlanta 1996

  • Márcio Ravelli (masculino)
  • Ivanir Lopes (masculino)

Sidney 2000

  • Renato Seabra (masculino)

Atenas 2004

  • Edvando Souza Cruz (masculino)
  • Jaqueline Mourão (feminino)

Pequim 2008

  • Rubens Donizete (masculino)
  • Jaqueline Mourão (feminino)

Londres 2012

  • Rubens Donizete (masculino)

Rio 2016

  • Henrique Avancini (masculino)
  • Rubens Donizete (masculino)
  • Raiza Goulão (feminino)

Tóquio 2020

  • Henrique Avancini (masculino)
  • Luiz Cocuzzi (masculino)
  • Jaqueline Mourão (feminino)

A melhor colocação do Brasil no mountain bike em Olimpíada foi com Henrique Avancini, que terminou na 13ª colocação em Tóquio-2020. O atleta, que foi duas vezes campeão mundial e já foi número 1 do ranking, é considerado o maior ciclista brasileiro da história

Aos 34 anos, Henrique Avancini era uma das esperanças do Brasil para a competição, mas o ciclista decidiu se aposentar do cenário competitivo em 2023. 

Para a próxima Olimpíada, o Brasil ainda não tem nomes classificados para o evento, mas ainda pode garantir vagas via ranking. Nomes como o dos ciclistas Ulan Galinski e Alex Malacarne, no masculino, e Karen Fernandes Olímpio e Raiza Goulão, no feminino, podem pintar em Paris-2024.