O esporte é dinâmico e calcular probabilidades não é uma ciência exata, mas é possível estabelecer alguns parâmetros dentro dos Jogos Olímpicos. Um deles é que o caminho para se tornar uma potência olímpica é ampliar a quantidade de modalidades com chance de medalhas.  Nos Jogos Olímpicos Paris 2024, com a Cerimônia de Abertura marcada para daqui a 25 dias, o Time Brasil terá mais uma oportunidade para comprovar o crescimento consistente das modalidades com chances reais de alcançar o pódio no maior evento esportivo do planeta.
O Brasil vem incrementando o número de modalidades com medalhas olímpicas a cada edição de Jogos Olímpicos, de maneira gradual e perene. De acordo com o histórico dos pódios do Brasil em Jogos Olímpicos, até Atenas 2004, o Brasil havia conquistado medalhas em 11 modalidades diferentes: tiro esportivo, basquete, atletismo, natação, boxe, vela, judô, futebol, vôlei, hipismo saltos e vôlei de praia.

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A partir daí, em todas as edições de Jogos Olímpicos, o país subiu ao pódio em alguma modalidade nova. Em Pequim 2008, foi o taekwondo; em Londres 2012, ginástica artística e pentatlo moderno; na Rio 2016, águas abertas e canoagem velocidade; e em Tóquio 2020, skate, surfe e tênis. Ao todo, 19 modalidades já angariaram medalhas para o Brasil.
Mais do que isso, antes dos últimos quatro Jogos, o recorde de modalidades subindo ao pódio numa mesma edição havia sido Atlanta 1996, com nove. Esse número foi igualado em Londres 2012 e superando tanto na Rio 2016, com 12, quanto em Tóquio 2020, com 13. Para Paris 2024, a expectativa é que novas modalidades entrem no hall de medalhistas olímpicas do Brasil.
— Não só os estudos e pesquisas do COB, mas também especialistas em esportes olímpicos citam algumas modalidades que ainda não tem medalhas em Jogos, mas que se colocaram nessa briga pelos resultados recentes. Podemos citar como exemplos a canoagem slalom, o ciclismo BMX, a ginástica rítmica, o tênis de mesa, o tiro com arco, dentre outras. O nosso crescimento é sustentado e o trabalho agora é oferecer toda a estrutura e as melhores condições possíveis para que esses atletas e equipes possam realizar seu trabalho e chegar na tão sonhada medalha olímpica — disse Sebastian Pereira, gerente-executivo de Alto Rendimento.

Um dado importante levantado pelo COB e que corrobora com o crescimento do esporte olímpico brasileiro é que nas últimas sete edições de Jogos Olímpicos (Atlanta 1996 a Tóquio 2020), 58% dos países que ficaram do 4º ao 10º lugar no quadro de medalhas tiveram de 10 a 15 modalidades no pódio e que, entre as que ficaram do 11º ao 20º lugar nas mesmas edições, 57% tiveram de 4 a 9 modalidades no pódio. Sendo assim, o Brasil se aproximou das maiores potências olímpicas nos últimos ciclos.
Para Paris 2024, um levantamento feito pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) estima que há boas chances de novas modalidades alcançarem o olimpo, já que estão mapeadas possibilidades de medalhas em mais de 20 esportes.
— Realizamos um trabalho de pesquisa e análise junto com as Confederações Olímpicas, considerando o histórico durante o ciclo olímpico, mas, principalmente, essa reta final para os próximos Jogos. Contudo, sabemos que nem todas as possibilidades irão se concretizar por fatores diversos. Os dados históricos recentes mostram que cerca de metade das modalidades consideradas com chances efetivamente chegam ao pódio. Por isso é tão importante sabermos que temos tantas modalidades com potencial. Esse é um dos fatores que precisamos ter para seguir evoluindo — concluiu Sebastian, atleta olímpico em Atlanta 1996.