No sonho do tetra, o Brasil passou por inúmeras dificuldades. A pressão de não ganhar seguidas Copas do Mundo ia aumentando a cada edição perdida, e a esperança em uma geração questionável acabou fazendo com que muitos torcedores desacreditassem em uma conquista.

➡️ Tudo sobre os maiores times e as grandes estrelas do futebol no mundo afora agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Futebol Internacional

4 de julho de 1994. Oitavas de final do Mundial. Brasil x Estados Unidos, em San Francisco. Aniversário de 218 anos da Independência Estadunidense. Festa no velho Stanford Stadium. A Seleção vinha de uma má atuação e tropeço contra a Suécia. Todos os fatores jogavam contra.

Era necessário o triunfo para dar continuidade ao desejo de vencer o quarto título mundial e findar um jejum que já durava 24 anos. Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Leonardo; Dunga, Mauro Silva, Zinho e Mazinho; Bebeto e Romário. Carlos Alberto Parreira.

Sobre este esquadrão, pesavam a pressão, o calor forte da Califórnia e mais de 84 mil pessoas festejando a possibilidade de uma zebra na Copa. Com a bola rolando, os Ianques fizeram uma partida dura dentro de campo, inibindo o jogo brasileiro em uma retranca ferrenha.

O primeiro lance de alta relevância aconteceu já no final da primeira etapa. A responsabilidade pela vitória era tamanha, que Leonardo perdeu a cabeça. Em briga pela bola com Tab Ramos, ainda no campo defensivo brasileiro, o lateral-esquerdo desferiu uma cotovelada forte no rosto do oponente, algo raro de se ver por parte de um atleta que demonstrava muita classe. O resultado? Uma expulsão com o placar zerado, que poderia custar caro à Seleção.

➡️ 30 anos de Leonardo x Ramos: relembre as cotoveladas mais emblemáticas da história do futebol mundial

Ainda assim, o Brasil seguiu buscando a vitória e os EUA desciam as linhas cada vez mais. Romário fazia partida ótima individualmente, mas pecava nas finalizações, parando na trave e perdendo um gol sem goleiro. O dia não seria do Baixinho marcar.

Mas sua importância era tamanha que, mesmo mudando de “função”, não deixaria de ser decisivo. Aos 29 minutos do segundo tempo, em grande jogada individual, ficou no meio de quatro americanos e achou um grande passe na área para Bebeto. Oportunista como sempre, o camisa 7 esperou a marcação se decidir; Lalas correu, mas não chegou, e o então craque do Deportivo La Coruña usou pouca força, mas muita precisão para tirar de Meola e marcar o único gol do jogo. O tento do desafogo.

O Brasil cozinharia o restante da partida, e em nova escapada de Romário, Fernando Clavijo forçaria o segundo amarelo para não sofrer o segundo golpe, sendo expulso pouco mais de dez minutos depois do gol de Bebeto. As esperanças ianques chegariam ao fim. “You just gotta ignite the light and let it shine. Just own the night, like the 4th of July”. Para a tristeza de uma ainda jovem Katy Perry, quem acendeu as luzes, fez brilhar e comandou a noite estadunidense foi a Seleção.