Estreado como Grande Prêmio da Europa, o Circuito de Baku, atual GP do Azerbaijão, recebe a Fórmula 1 neste final de semana pela 17ª etapa da temporada de 2024. O circuito urbano, marcado pela imprevisibilidade e por momentos desafiadores, é um dos mais extensos do calendário, além de ser extremamente técnico, devido à combinação de curvas intensas com longas retas de aceleração.

Para a etapa, a Pirelli selecionou três compostos de pneus de pista seca, os mais macios de 2024: C3 Duro, C4 Médio e C5 Macio, os mesmos do GP da Itália. A partir dessa escolha, é possível esperar algumas estratégias das equipes. O Lance! explica os detalhes importantes e as possibilidades abaixo.

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PISTA

Capital do Azerbaijão, Baku recebe a Fórmula 1 desde 2016, como GP da Europa. A pista, que é a quarta mais longa do programa atual, tem 6,003 Km de extensão, além de 20 curvas, que serão percorridos por 51 voltas. O circuito é marcado, também, por ser um dos mais rápidos de toda competição.

A diferença de larguras entre pontos diferentes da pista é uma das características marcantes de Baku, já que aumenta significativamente o nível de desafio do piloto, ao precisar alternar entre seções técnicas estreitas e trechos de grande aceleração, mais largos. Em números, por exemplo, o trecho entre as curvas 9 e 10 – a subida do castelo – tem cerca de sete metros de largura, onde os muros da cidade medieval cercam a pista. Já na reta principal, entre as curvas 20 e 1 e com cerca de 2,2 Km de comprimento, é possível que três carros fiquem lado a lado.

Mas o quão rápido o circuito é?
O trecho de maior aceleração plena da Fórmula 1 está no circuito de Baku, entre a curva 19 e a 1, passando assim pela curva 20, mais rápida da competição, podendo chegar a 305 km/h. A maior velocidade média em uma volta registrada nessa pista foi de 209 km/h, marca de Charles Leclerc durante a temporada de 2019.

CLIMA

Além disso, temos a questão climática e o impacto do calor na gestão dos pneus. Diferentemente das últimas edições, a corrida desta temporada acontecerá na segunda metade da temporada, durante o período mais quente do ano da região. Por isso, a longa reta é importante para equilíbrio de temperatura, em contrapartida com as curvas estreitas e técnicas. Vale lembrar que, em Baku, jamais choveu durante uma corrida.

PNEUS E PARADAS

Para a corrida deste fim de semana, devido às altas temperaturas, a Pirelli selecionou os pneus de pista seca mais macios – C3 (Duro), C4 (Médio) e C5 (Macio) -, além dos compostos para o caso de mudanças de tempo, o que é improvável.

Para o GP do Azerbaijão, é comum que os pilotos façam apenas uma troca de pneus. Normalmente, os pilotos iniciam com o composto médio e mudam para os duros, como foi feito pela maioria durante a corrida do ano passado.

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Com a pista muito diversa – curvas estreitas e retas longas -, e o asfalto sem muita abrasividade, o controle e uso constante dos freios gera fortes desgastes dos pneus. Assim, a preservação dos compostos no circuito de Baku é de extrema importância, pois, na extensa zona de aceleração, o pneu pode estourar sem que haja “sinais” anteriores, como aconteceu com Max Verstappen em 2021.

Encontrado o equilíbro entre os setores da pista, é possível controlar a questão térmica, já que o piloto pode utilizar a longa reta a seu favor, para esfriar os pneus e retornar à temperatura ideal.

ULTRAPASSAGENS E CURIOSIDADES

Além de todos os pontos apresentados acima, as ultrapassagens são detalhes importantes em Baku, que é marcado por incidentes e momentos decisivos.

Diferentemente do que os fãs de Fórmula 1 podem ter se acostumado, metade das ultrapassagens feitas no GP do Azerbaijão são sem uso do DRS. No circuito, há duas “zonas de ativação” e a estratégia principal é o uso tático nesses momentos para, assim, esperar o tempo certo para ativar o DRS, já no meio da reta principal, e evitar que o adversário também tenha essa vantagem na zona seguinte.

Outra curiosidade de Baku é a entrada do Safety Car. Em todas as edições do GP do Azerbaijão, o SC entrou pelo menos uma vez, por diversos motivos e situações, muitas vezes, controversas. Assim, caso o carro apareça, a estratégia das equipes pode mudar, como ao realizar uma parada “mais cedo” e tentar um undercut para não ficar preso no trânsito.

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Como a Fórmula 1 exige que os carros sejam configurados às características específicas de cada circuito, é necessário uma estratégia que equilibre a adequação do carro para maximizar a performance nas retas, sem comprometer a capacidade do carro de lidar com curvas. A chave dessa opção é o ajuste das asas para, ao mesmo tempo, manter a quantidade adequada de downforce nas curvas e minizar o impacto na estabilidade e degradação dos pneus.

Em comparação a outros circuitos, especialistas relacionam as curvas lentas e estreitas com Mônaco, que necessitam de alta carga de aerodinâmica, e as longas retas aceleradas com Monza. Os dois circuitos, comparados a Baku, são os únicos vencidos por Charles Leclerc na temporada, piloto que tem a melhor volta da pista.