O hipismo é uma das modalidades olímpicas de maior prestígio e estará presente nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Considerado um esporte de elite, pelo alto custo da prática e dos espaços disponíveis, o hipismo consiste em provas realizados por cavaleiros (homens) e amazonas (mulheres), montados em seus cavalos.

Existem diferentes tipos de provas do hipismo a nível internacional. Na olimpíada, diversos eventos já fizeram parte do cronograma olímpico, mas atualmente apenas 3 categorias estão presente desde os Jogos de Tóquio-1964, que são elas: salto, Concurso Completo de Equitação (CCE) e adestramento. Todas as 3 categorias possuem provas individuais e por equipes.

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A prova do salto consiste na realização de um percurso, onde o cavaleiro ou amazona e seu cavalo devem passar por obstáculos cometendo o menor número de erros possíveis e terminando o trajeto no menor tempo.

O adestramento consiste em uma “apresentação”. Atletas e cavalos precisam executar movimentos obrigatórios e livres (passo, trote e galope), avaliados por juízes, que devem dar notas de 0 a 10 para as apresentações.

Já o Concurso Completo de Equitação (CCE) é considerado o evento mais difícil do hipismo, pois engloba três provas diferentes: salto, adestramento e cross country. 

Disposto nesse modelo de competição, o hipismo estará presente no calendário olímpico pela 27ª vez em Paris-2024 e promete muita habilidade, beleza e emoção.

Hipismo em Olimpíada

O hipismo está presente nos Jogos Olímpicos desde Paris-1900. Naquela edição, a modalidade contou com 3 eventos principais: saltos individuais, salto em altura e salto em distância. Desde então, o hipismo só não esteve no calendário olímpico em Saint Louis-1904 e Londres-1908.

Até 1952, apenas os homens podiam competir no hipismo em Olimpíadas. Esse cenário mudou justamente nos Jogos de Helsinque-1952, quando as mulheres puderam participar do torneio de forma mista, competindo junto com os homens. Até esse ano, apenas os militares haviam sido campeões olímpicos, mas Pierre Jonquères d’Oriola quebrou essa escrita.

Diferentemente da grande maioria dos esportes olímpicos, em que homens e mulheres participam separadamente, o hipismo é a única modalidade em que as disputas são mistas. Ou seja, ambos os gêneros se rivalizam dentro do torneio em busca do pódio. 

Por ser um esporte antigo e com diferentes provas, o hipismo já distribuiu uma quantidade significativa de medalhas, 449 no total, sendo 151 de ouro, 149 de prata e 149 de bronze. 

A Alemanha encabeça o ranking dos países mais vencedores, com 56 medalhas (28 ouro, 14 pratas e 14 bronzes). Além disso, a Alemanha Ocidental obteve 28 conquistas olímpicas e a Equipe Alemã Unida conquistou 14 medalhas, mostrando a força dessa nação nas Olimpíadas.

Os Estados Unidos já conquistou 54 medalhas e é o segundo maior vencedor, mas com bem menos medalhas douradas, apenas 11. Suécia com 45 medalhas, Grã-Bretanha com 40 medalhas e França com 38 também se destacam. 

Com 8 medalhas no total (6 de ouro e 2 de bronze), o alemão Reiner Klimke é o maior campeão olímpico do hipismo. A alemã Isabell Werth também tem 8 medalhas, mas 5 de ouro e 3 de prata.

Hipismo na Olimpíada de Paris

Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o hipismo contará novamente com 6 eventos, 3 individuais e 3 por equipes. Cavaleiros e amazonas disputam juntos as provas da modalidade em busca do pódio.

Ao todo, a previsão é de que 200 atletas irão competir no hipismo em Paris. A quantidade de vagas é dividida pelo tipo de evento: 75 nas provas de saltos, 65 para o CCE e 60 para o adestramento.

O caminho da classificação para Paris-2024 é montado pelo tipo de evento dentro do hipismo. Os atletas que participam da competição por equipes estão habilitados a também participarem dos eventos individuais. Dessa forma, para chegar até a França os atletas e equipes disputam as vagas das seguintes formas:

Adestramento – 15 equipes com três atletas cada

  • País sede (1)
  • Campeonato Mundial de 2022 (6)
  • Oceania (1)
  • Campeonato Europeu (3)
  • Jogos Pan-Americanos (2)
  • Outras competições (2)

15 vagas individuais

  • Jogos Pan-Americanos (2)
  • Ranking mundial (13)

Saltos – 20 equipes

  • País sede (1)
  • Campeonato Mundial (5)
  • Copa das Nações 2022 (1)
  • Ásia (2)
  • Campeonato Europeu (3)
  • Jogos Pan-Americanos (3)
  • Copa das Nações 2023 (1)
  • Outras competições (4)

15 vagas individuais

  • Jogos Pan-Americanos (3)
  • Ranking mundial (12)

CCE – 16 equipes

  • País sede (1)
  • Campeonato Mundial de 2022 (7)
  • Campeonato Europeu (2)
  • Copa das Nações (1)
  • Jogos Pan-Americanos (2)
  • Outras competições (3)

17 vagas individuais 

  • Ranking mundial (17)

As disputas do hipismo em Paris acontecerão entre os dias 27 de julho e 6 de agosto, no prestigiado Palácio de Versailles. 

Hipismo brasileiro em Olimpíada

O Brasil é um país tradicional no hipismo olímpico. Sua primeira participação foi na Olimpíada de Londres-1948. Desde então, ficou de fora apenas das Olimpíadas de Montreal-1976 e Moscou-1980. No total, o país já participou de 17 Jogos na modalidade.

Apesar do longo histórico de participação em Olimpíadas, o auge do Brasil aconteceu no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000, quando o país conquistou suas primeiras e únicas medalhas no esporte.

Em 1996, o Brasil conquistou a medalha de bronze no evento do salto por equipes nos Jogos de Atlanta. A equipe formada por Rodrigo Pessoa, Doda Miranda, André Bier Johannpeter e Luiz Felipe de Azevedo garantiu a primeira medalha da história do país na modalidade.

O feito se repetiu em Sidney-2000. Álvaro Miranda Neto, André Johannpeter, Luiz Felipe de Azevedo e Rodrigo Pessoa também conquistaram o bronze na prova de saltos por equipes.

Já em Atenas-2004, Rodrigo Pessoa garantiu a primeira e única medalha de ouro do Brasil no esporte, na disputa do salto individual. Dessa forma o cavaleiro se firmou como maior nome do hipismo brasileiro da história.

Completando 20 anos da última vez que o Brasil subiu no pódio do hipismo, o país vai para França em busca de novas conquistas.

O Brasil estará representado em Paris-2024 pelas equipes de saltos e CCE, cujos representantes, que podem ser cavaleiros ou amazonas, ainda serão definidos. 

Além disso, o Brasil havia conquistado a vaga por equipes no adestramento, mas apenas dois atletas brasileiros tinham ranking Olímpico suficiente na categoria. Dessa forma, a delegação brasileira conquistou uma vaga individual neste evento.