A luta olímpica ou wrestling é um dos esportes que mais representa as Olimpíadas. Em Paris-2024, wrestling fará sua 29ª aparição nos Jogos Olímpicos da modernidade.

O esporte é tradicionalmente dividido em dois tipos de luta: livre e greco-romana. A greco-romana é a mais antiga, presente desde o princípio, enquanto a livre estreou em St-Louis-1904. As mulheres competem apenas na luta livre.

+ Paris-2024: confira tudo sobre o judô, modalidade que o Brasil mais conquistou medalhas em Jogos Olímpicos
+ Paris-2024: conheça mais sobre o boxe em Jogos Olímpicos

Os estilos de luta se diferem, essencialmente, por conta de um aspecto: na greco-romana só é permitido o uso dos braços e tronco, enquanto na livre o uso das pernas também é permitido. Apesar da diferença entre as duas, ambas têm o mesmo objetivo: os lutadores precisam imobilizar o adversário de costas para o chão.

Atrás apenas do atletismo como o esporte mais antigo que se tem conhecimento, o wrestling fazia parte, inclusive, dos Jogos da Antiguidade. Repleto de história e tradição, o esporte é uma das grandes atrações do torneio em Paris. 

Luta em Jogos Olímpicos

A luta estreou nos Jogos modernos em sua primeira edição, em Atenas-1896, apenas no masculino. Desde então, só não esteve presente em Paris-1900. As mulheres estrearam no circuito em Atenas-1904.

Assim como em outros esportes de confronto, como o boxe e o judô, os eventos são divididos por categorias, que estipula uma pesagem adequada para os atletas. 

A greco-romana teve no mínimo 1 categoria e o maior número atingido foi de 10, de 1976 até 1996. Na última edição, em Tóquio-2020, apenas 6 categorias fizeram parte da disputa.

Já na luta livre o menor número de eventos foi 5, enquanto o maior, 12, foi atingido nas últimas duas Olimpíadas. 

Somando os dois estilos, a luta olímpica é um dos esportes que mais distribui medalhas nos Jogos. Ao todo foram 1 356, sendo 430 de ouro, 429 de prata e 497 de bronze.

A União Soviética segue sendo a delegação com mais medalhas de ouro, 62. O país também conquistou 31 de prata e 23 de bronze, totalizando 116 medalhas. Os Estados Unidos é o país que mais conquistou medalhas no geral, 142, sendo 57 de ouro, 45 de prata e 40 de bronze. O Japão também se destaca com 76 medalhas, 37 ouros, 22 pratas e 17 bronzes. 

Em Olimpíadas, os números falam pelos maiores lutadores do esporte. Em Tóquio, o cubano Mijaín López conquistou seu quarto título consecutivo da luta greco-romana. No feminino a japonesa Kaori Icho também possui o tetracampeonato, conquistado de Atenas-2004 até Rio-2016. 

Luta nos Jogos Olímpicos de Paris

Em Paris-2024 a luta seguirá dividida em dois estilos, a livre e a greco-romana. No masculino, serão 6 eventos em cada estilo. Já no feminino, 6 categorias estarão na disputa da luta livre. Confira quais são:

Masculino

Luta greco-romana

  • Até 60 kg
  • Até 67 kg
  • Até 77 kg
  • Até 87 kg
  • Até 97 kg
  • Até 130 kg

Luta livre 

  • Até 57 kg
  • Até 65 kg
  • Até 74 kg
  • Até 86 kg
  • Até 97 kg
  • Até 125 kg

Feminino

Luta livre 

  • Até 50 kg
  • Até 53 kg
  • Até 57 kg
  • Até 62 kg
  • Até 68 kg
  • Até 76 kg

Atualmente o modelo da luta está estabelecido com a entrega de 4 medalhas por categoria, sendo 1 de ouro, 1 de prata e 2 de bronze. Dessa forma, mais 72 medalhas serão distribuídas em Paris.

Para o torneio, é estimado que 288 lutadores estejam presentes, espalhados nas 18 categorias, sendo 192 homens e 96 mulheres. Portanto, cada categoria contará com 16 atletas. 

O formato da competição funciona da mesma maneira: lutas eliminatórias. Os dois finalistas encaram a disputa pelo ouro e prata, enquanto os lutadores que forem derrotados para os finalistas, disputam um sistema de repescagem para alcançar a medalha de bronze.

As vagas do torneio foram distribuídas em 3 fases:

  • Fase 1: Campeonato Mundial Sênior de 2023: 90 vagas
  • Fase 2: Torneios de Qualificação Continental de 2024: 144 vagas
  • Fase 3: Torneio Pré-Olímpico de 2024: 54 vagas

Nos Jogos de Paris as lutas do wrestling acontecerão entre os dias 5 e 11 de agosto na Champ de Mars Arena, mesmo complexo que receberá a competição de judô. 

Brasil no Wrestling em Jogos Olímpicos

A história brasileira no wrestling olímpico é recente. A estreia foi nos Jogos de Seul-1988, com Roberto Leitão no estilo Greco-Romano. Desde então, o Brasil participou de mais 5 edições: Barcelona-1992, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.

Diferentemente de outros estilos de luta, como judô e boxe, em que o Brasil tem grande tradição olímpica, o wrestling não é uma das principais forças do país nos Jogos. Até hoje, a delegação brasileira não conseguiu conquistar nenhuma medalha na modalidade. 

Apesar de difícil, esse cenário pode mudar em Paris. Depois de ficar fora dos Jogos de Tóquio-2020, o Brasil conseguiu vaga na luta para a próxima Olimpíada.

Campeã no Pan-Americano de Santiago, em 2023, a lutadora Giullia Penalber conquistou a vaga para o torneio na  categoria até 57 kg ao vencer também o Pré-Olímpico da modalidade e será a única representante brasileira. Com um histórico recente animador, Giulia se tornou uma esperança de medalha para o Brasil.