A canoagem slalom é uma modalidade esportiva que “nasceu” em 1932, sendo que a primeira competição oficial no ano seguinte, em 1933. O desenvolvimento do esporte, entretanto, sofreu um atraso por conta da Segunda Guerra Mundial, que começou em 1939.

A canoagem é um esporte tradicional em Olimpíada, dividido em duas categorias de provas: slalom e de velocidade. Para os Jogos de Paris-2024 a canoagem slalom apresentará novidades. Além das provas clássicas, teremos a também a disputa da canoagem slalom extremo, que vai fazer sua estreia em Jogos Olímpicos.

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Canoagem slalom em Jogos Olímpicos

A canoagem slalom só foi introduzida ao circuito olímpico em Munique-1972. Nas Olimpíadas seguintes, de 1976 a 1988, a modalidade foi deixada de lado, retornando em Barcelona 1992. Desde então, está presente em todos os Jogos, totalizando 9 olimpíadas. 

Assim como nas provas de canoagem de velocidade, a slalom também engloba dois tipos de barco: canoa (C) e caiaque (K). Entretanto, o funcionamento da modalidade é bastante diferente. 

Enquanto que as provas de velocidade funcionam como uma corrida, a slalom possui um circuito de corredeira (natural ou artificial), definido por “portões”, de 18 a 25. O objetivo é finalizar o percurso sem cometer penalidades (pular ou perder portões) e no menor tempo possível. 

A grande maioria das provas da canoagem slalom são individuais. As provas C-1 masculino e K-1 masculino e feminino estiveram presentes em todas as edições dos Jogos. A prova C1 feminina fez sua estreia na Olimpíada de Tóquio-2020. A prova C2 masculina esteve presente em todas as competições olímpicas até Tóquio-2020, quando foi retirada do programa olímpico. 

Em relação às medalhas, a França, país sede da próxima Olimpíada, é a delegação que mais conquistou pódios olímpicos na modalidade, 18 no total (7 ouros, 3 pratas e 8 bronzes), mas vem de Tóquio sem nenhuma conquista. A Eslováquia também se destaca, tendo conquistado 14 medalhas ( 8 ouros, 3 pratas e 3 bronzes).

Os maiores nomes do esporte em Olimpíada são os irmãos eslovacos Peter Hochschorner e Pavol Hochschorner, que conquistaram a medalha de ouro na categoria C-2 em Sidney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008, além de um bronze em Londres-2012. No individual, o francês Tony Estanguet é o único tricampeão olímpico, tendo conquistado o primeiro lugar em Sidney-2000, Atenas-2004 e Londres-2012.

Canoagem Slalom em Paris-2024

Como foi antecipado, a canoagem slalom terá novidades para a Olimpíada de Paris-2024. Além das provas tradicionais, C1 e K1 masculino e feminino, foi incluído o evento da canoagem extremo, em ambos os gêneros. Também conhecido como caiaque cross, esse evento fará sua estreia em olimpíadas.

Diferentemente dos eventos tradicionais da canoagem slalom, a prova extremo também se assemelha a uma corrida: os atletas deverão disputar um circuito simultaneamente, passando pelas balizas. Quem terminar o circuito primeiro, vence. 

No total, serão 82 atletas competindo na canoagem slalom, 41 no masculino e 41 no feminino, distribuídos em 6 eventos, divididos da seguinte maneira:

Feminino

Caiaque (K1): 21 atletas

Canoa (C1): 17 atletas

Extremo (X1): 3 atletas

 

Masculino

Caiaque (K1): 21 atletas

Canoa (C1): 17 atletas

Extremo (X1): 3 atletas

É importante ressaltar que cada país só poderá ter no máximo seis atletas classificados, 3 de cada gênero. Na canoagem extremo, 6 vagas (3 masculino e 3 feminino) serão preenchidas através do Mundial específico da modalidade. As outras vagas restantes para o torneio serão distribuídas aos países dos atletas já classificados nos outros eventos, de caiaque e canoa.

No total, 18 medalhas estarão em disputa, 6 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze. A competição ocorrerá nas águas do estádio náutico de Vaires-Sur-Marne, entre os dias 27 de julho e 5 de agosto.

Canoagem slalom brasileira

Apesar de não ter tanta tradição olímpica como na canoagem de velocidade, onde o Brasil já conquistou 4 medalhas olímpicas, o país estará bem representado em Paris-2024 na canoagem slalom.

A delegação brasileira garantiu 3 vagas para os jogos: uma no C1-feminino, uma no K-1 feminino e uma no K-1 masculino. 

Como os CONs (Comitês Olímpicos Nacionais) tem autoridade para determinar quem serão os atletas convocados, o Brasil já selecionou os seus para Paris: Ana Sátila, que disputou a prova do C-1 e K-1 e Pepê Gonçalves, que representará o país no K-1.Além disso, ambos os atletas poderão disputar a prova do caiaque extremo.

Tanto Ana Sátila como Pepê Gonçalves estiveram representando o Brasil na Olimpíada de Tóquio-2020, mas não conseguiram medalhas. Pepê parou na semifinal, enquanto Ana avançou até a final, sendo a primeira mulher brasileira a conseguir este feito. 

Apesar de não serem favoritos nas provas do C-1 e K-1, a inclusão do X-1 pode ser positiva para o Brasil e traz esperanças para o torcedor brasileiro. Ana Sátila já foi campeã mundial em 2018 na categoria, enquanto Pepê Gonçalves conquistou a medalha de Ouro na Copa do Mundo de 2020 no caiaque extremo.