Previsto inicialmente para acontecer nesta quarta-feira (30), o depoimento do meia Lucas Paquetá à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foi adiado para a primeira semana de dezembro. Os parlamentares atenderam a um pedido da defesa do jogador. Tio de Paquetá, Bruno Tolentino teve seu depoimento confirmado para a sessão desta quarta.

➡️Probabilidade de título e rebaixamento dos 20 clubes do Brasileirão Série A; confira!

A convocação de Paquetá havia sido feita pelo presidente da CPI das Apostas, senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Na justificativa, o parlamentar alega que “o atleta foi formalmente acusado pela Federação Inglesa por má conduta em quatro jogos — entre novembro de 2022 e agosto de 2023 — que repercutiram no mercado de apostas, tendo em vista que nessas partidas ele foi punido com cartão amarelo em cada uma delas”.

No mesmo requerimento, o senador ressaltou que os fatos “tiveram repercussão no Brasil, pois algumas dezenas de apostadores — residentes na área de origem do jogador (a Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro) — apostaram nos cartões amarelos do atleta e, por isso, fizeram jus à premiação”.

O depoimento estava marcado para às 14h30 desta quarta-feira, por videoconferência. Os advogados do jogador, contudo, pediram o adiamento alegando que ainda estão preparando a defesa do atleta junto à Federação Inglesa, e um depoimento de Lucas Paquetá à CPI das Apostas neste momento poderia atrapalhar.

No início de junho, o tabloide britânico The Sun publicou que ele sendo investigado por suposta violação de quatro normas referentes a apostas esportivas. Os cartões amarelos que recebeu no período em que é investigado resultaram em ganhos financeiros para cerca de 60 apostas, todas elas feitas diretamente da Ilha de Paquetá, local onde ele viveu até se tornar jogador profissional.

O meia nega qualquer envolvimento em esquema de apostas. Este mês, Lucas Paquetá divulgou um comunicado em suas redes sociais reclamando de notícias sobre a investigação. “Estou frustrado e chateado por ter lido artigos de imprensa enganosos e imprecisos recentes, publicados na Inglaterra e no Brasil, alegando divulgar informações sobre meu caso”, dizia trecho do comunicado.

Lucas Paquetá é um dos jogadores que mais têm atuado na Seleção Brasileira desde que o técnico Dorival Júnior assumiu a equipe, no início deste ano. Ele esteve em campo em 11 das 12 partidas que o Brasil disputou sob o comando de Dorival — ficou fora do último, diante do Peru, pelas Eliminatórias, por estar suspenso.

Tio de Lucas Paquetá também será ouvido na CPI das Apostas

Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá, teve seu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas mantido para esta quarta-feira. Ele foi convocado com base em reportagem do UOL, em que admitiu ganhos com apostas.

Tolentino, porém, deverá ficar em silêncio durante a sessão da CPI. É o que garante um habeas corpus (HC) que sua defesa conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (28).

“Ainda que o requerimento de oitiva do paciente [Bruno Tolentino] à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas tenha sido aprovado na condição de testemunha, inegável sua condição de coinvestigado, em razão de sua suposta ‘participação direta em operações financeiras que levantam suspeitas de envolvimento em esquemas de apostas esportivas’”, diz trecho do HC, concedido pelo ministro Nunes Marques.

Além de poder se negar a responder às perguntas dos senadores, o habeas corpus assegura a Bruno Tolentino “a não assumir o compromisso de falar a verdade (em razão da condição de investigado e não de testemunha), à assistência de advogado e a não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício desses direitos”.