Cuiabá e Botafogo se enfrentam nesta quarta-feira (3), na Arena Pantanal, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. O duelo marca o encontro de duas equipes da Série A que adotam o modelo empresarial de gestão, formato que tem se consolidado cada vez mais no Brasil. Só na primeira divisão, nove das 20 equipes são SAFs (Sociedade Anônima do Futebol).

O Cuiabá detém o posto de primeira SAF do país e acumula frutos no âmbito econômico. Segundo balanço divulgado pelo clube no início deste ano, o Dourado teve receita bruta superior a R$ 168 milhões em 2023. Em comparação a 2022, esse valor representa um crescimento de 45%, recorde para o time do Centro-Oeste.

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A família Dresch assumiu a gestão da agremiação em 2009. Segundo Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, a situação em que o clube se encontra está diretamente ligada aos mecanismos implementados, aos investimentos feitos e aos retornos obtidos pela SAF.

– O sucesso da gestão do Cuiabá é muito baseado na forma como o clube é administrado. O clube sempre foi uma empresa. Contamos com uma estrutura administrativa bem enxuta, com poucas pessoas. Temos conseguido alcançar boas receitas com televisão. Ano passado, por exemplo, a gente teve um incremento grande na nossa receita com a venda dos direitos de transmissão da Liga Forte União – afirma Cristiano.

Botafogo aumentou receita em 341%

Do outro lado, o Botafogo teve sua mudança no modelo de gestão em 2022. Naquele ano, o Glorioso adotou o modelo SAF quando John Textor adquiriu 90% das ações do clube por 52 milhões de libras (cerca de R$ 400 milhões). O investidor americano na época, por meio de seu grupo Eagle Football Holdings LLC, já possuía porcentagem no Crystal Palace, da Inglaterra, e no RWD Molenbeek, da Bélgica. Pouco tempo depois, Textor ainda se tornou sócio majoritário no Lyon, da França.

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De lá para cá, o Alvinegro carioca, que esteve na segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2021, conseguiu se reerguer dentro e fora de campo. A equipe chegou em duas competições internacionais: a Sul-Americana, em 2023, e a Libertadores, neste ano. No Brasileirão do ano passado, o time brigou na parte de cima da tabela, se mantendo na primeira colocação por 31 rodadas.

No aspecto financeiro, o Botafogo tem lutado para pagar os seus débitos, em sua grande maioria acumulados antes da compra do clube. Segundo divulgado pelo CEO da SAF do Glorioso, Thairo Arruda, Textor assumiu o clube com um passivo (somatório das dívidas trabalhistas, cíveis e tributárias) de R$ 1,1 bilhão. A expectativa após dois anos deste modelo de gestão é de fechar o ano com a soma das dívidas em R$ 600 milhões, o que representa uma redução de cerca de 45% do valor inicial.

Ainda segundo o CEO, a receita do Alvinegro saiu de R$ 120 milhões para R$ 530 milhões ao longo deste período, o que representa um aumento expressivo de 341%, em apenas dois anos de trabalho.