Entre as modalidades do ciclismo em Jogos Olímpicos, que atualmente são cinco, o ciclismo de estrada é o mais antigo e o mais tradicional. O esporte começou a ser desenvolvido ainda no século XIX, quando as primeiras bicicletas começaram a ser fabricadas e aprimoradas ao longo dos anos.

A primeira competição oficial do ciclismo de estrada aconteceu ainda naquele século, em 1868, justamente em Paris, na França. Até hoje, o torneio mais tradicional do esporte é o Tour de France, que ocorre todo ano, dividido por 21 etapas diárias (fases), ao longo de 23 dias, percorrendo cerca de 3 200 km.

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Em Jogos Olímpicos, o ciclismo de estrada mantém uma tradição de mais de um século e vem para Paris para seguir atraindo mais espectadores e adeptos. 

Ciclismo de Estrada em Jogos Olímpicos

A história do ciclismo de estrada na Olimpíada começa em Atenas, em 1896. Desde então, apenas em  Paris-1900,  Saint Louis-1904 e Londres-1908 o esporte não fez parte do calendário Olímpico. Dessa maneira, o ciclismo de estrada já esteve presente em 26 Jogos Olímpicos. 

Os tipos de provas realizadas no ciclismo de estrada se alteraram ao longo dos anos. Atualmente são 4 tipos de eventos que acontecem, 2 no feminino e 2 no masculino que são as provas contrarrelógio individual e corrida em estrada individual. Além dessas duas, já estiveram no calendário olímpico as provas de Corrida em estrada por equipes e Contrarrelógio por equipes.

Como o próprio nome já indica, as provas são realizadas em estradas. Na categoria corrida os ciclistas devem largar simultaneamente e a classificação é definida pela ordem de chegada ao final da prova. 

Já no contrarrelógio, a prova possui uma largada escalonada, e os atletas devem terminar o percurso no menor tempo possível. Quem obter o menor tempo, vence.

No total, 188 pódios foram atingidos no ciclismo de estrada na Olimpíada. O país mais vencedor  é a Itália, que já conquistou 20 medalhas (9 ouros, 7 pratas e 4 bronzes). O país com mais medalhas de ouro é a Holanda (10). A França, país sede da próxima Olimpíada, já conquistou 18 medalhas (8 ouros, 4 pratas e 6 bronzes) e também é um dos maiores campeões da modalidade.

Diversos ciclistas se destacam nessa modalidade. No feminino, Leontien van Moorsel, em Sydney 2000 (contrarrelógio e corrida) e Atenas-2004 (contrarrelógio) e Kristin Armstrong em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016 (contrarrelógio) conquistaram 3 medalhas de ouro. 

No masculino, o russo Viatcheslav Ekimov (Sydney-2000 e Atenas-2004) e o suiço Fabian Cancellara (Pequim-2008 e Rio-2016), ambos no evento do contrarrelógio, são os maiores vencedores da modalidade, com duas medalhas de ouro cada. 

Ciclismo nos Jogos de Paris 2024

Para Paris-2024, o ciclismo de estrada contará novamente com 4 eventos da modalidade: corrida em estrada masculino e feminino, contrarrelógio masculino e feminino. As provas acontecem no dia 27 de julho (contrarrelógio) e 3 a 4 de agosto (corrida em estrada). 

No total, 180 ciclistas participarão das provas dessa modalidade em Paris, sendo 90 homens e 90 mulheres. A França, por ser o país sede, tem direito a mandar dois atletas por gênero. Além disso, Cada CON (Comitê Olímpico Nacional) poderá classificar no máximo oito ciclistas – quatro por gênero, sendo quatro vagas para cada modalidade da prova de estrada e duas vagas por gênero para o contrarrelógio individual. 

A rota de classificação para os jogos de Paris está sendo definida através do Ranking Mundial de Estradas da UCI por Países, Campeonato Mundial de Estrada UCI 2023: Corrida de Elite ou Campeonatos Continentais de 2023 (exceto Europa e Oceania). Assim como em outras modalidades do ciclismo, atletas que participam da corrida em estrada também podem ser designados para participar do contrarrelógio em Paris.

O percurso das provas de corrida em estrada são desafiadoras: no masculino serão 273km, enquanto no feminino 158km. Já no contrarrelógio, o percurso terá 32.4km, tanto no feminino quanto no masculino.

Ciclismo de estrada brasileiro

A estreia do Brasil no ciclismo de estrada na Olimpíada foi em Berlim-1936, com os ciclistas Ricardo Magnani, Dertônio Ferrer e Hermógenes Netto. Entretanto, o país demorou para voltar a mandar atletas nessa modalidade, retornando apenas em com Luís Carlos Flores e Miguel Duarte, em MUNIQUE 1972. 

Dessa maneira, assim como nas outras categorias do ciclismo, o Brasil não tem muita tradição no ciclismo de estrada em Olimpíada. A delegação brasileira nunca conquistou uma medalha nessa modalidade.

Para Paris-2024 o Brasil tenta mudar esse cenário. Depois de ficar de fora de Tóquio-2020, a delegação brasileira já tem duas vagas garantidas para os Jogos de Paris, uma no masculino e uma no feminino.

No feminino, o Brasil terminou em 35º lugar no ranking das nações, dando direito a uma das vagas olímpicas. Já no masculino, Canadá, Argentina e Equador garantiram também garantiram vagas pelo ranking, e a vaga dos países conquistadas pelo Pan-Americano foram realocadas para Brasil e Uruguai.

Como as vagas são destinadas aos países e não aos atletas, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) ainda definirá quem serão os ciclistas que representarão o país em busca de uma medalha inédita. Por estarem melhores colocados no ranking, Ana Vitória Magalhães e Nicolas Sessler devem ser os representantes brasileiros.