Todos nós temos nossa vaidade e interesses próprios. Qualquer liberal sabe disso e costuma ser cético com políticos, em vez de acreditar cegamente em seu suposto altruísmo. Além disso, desde Lord Acton sabemos que o poder corrompe. Limitar o escopo do estado, criar mecanismos de pesos e contrapesos, descentralizar o poder são, portanto, medidas saudáveis e necessárias.
Mas isso não é o mesmo que adotar visão cínica de mundo, em que todos são uns safados oportunistas de olho apenas no próprio umbigo. Quem assim enxerga a humanidade pode muito bem estar diante de um espelho, projetando nos outros aquilo que vê em si mesmo. Talvez seja o caso daquela minoria que viu com maus olhos a escolha do juiz Sergio Moro para o Ministério da Justiça.

A turma petista logo acusou o principal nome da Lava Jato de interesses políticos, como se seu trabalho anterior que levou Lula à prisão fosse uma espécie de campanha para esse cargo. A acusação é absurda e serve apenas para a narrativa de que Lula é um preso político, em vez de um político preso. Até os formadores de opinião “imparciais” alertaram que não pegava bem Moro aceitar o desafio. Por quê?

O papel como ministro do governo Bolsonaro em nada diminui sua trajetória no combate à corrupção. Ao contrário: ele ganha mais poderes para tentar levar sua missão a um patamar ainda mais elevado. Moro disse que aceitar o convite “não é um projeto de poder”, mas “de tentar fazer a coisa certa” em outro nível. E descartou qualquer disputa de cargo político, considerando seu futuro trabalho como técnico.

“Eu não posso pautar minha vida com base numa fantasia, num álibi falso de perseguição política”, afirmou. Segundo uma pesquisa, mais de 80% dos entrevistados ficaram contentes com a escolha de Moro por Bolsonaro. Uma vez mais, fica claro o abismo entre elite “intelectual” e povo. Moro conta com a admiração e o respeito da imensa maioria da população brasileira, com toda razão. É tido como herói por muitos.

Quando esquerdistas insinuam ou afirmam que ele está só de olho em recompensas pessoais, traem aquilo que jaz em seus próprios corações. Essa gente é incapaz de compreender o que seja espírito público, o desejo sincero de contribuir como for possível para a melhoria da nação. É porque muitos ali agem exatamente assim, sempre de olho em uma oportunidade para se dar bem, e dane-se o país.

Claramente não é o caso de Moro, como também não é o caso de Paulo Guedes e outros que compõem a equipe de Bolsonaro. Pela primeira vez em muito tempo temos visto pessoas com excelente preparo dispostas a ajudar de alguma forma o governo. Percebem uma chance de realmente fazer a diferença, legar às próximas gerações um Brasil que dê orgulho.

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O papel como ministro do governo Bolsonaro em nada diminui a trajetória de Sergio Moro no combate à corrupção


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