A contraditória exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, na costa do Amapá – na chamada Margem Equatorial -, ainda causa desencontros dentro do Governo federal. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta sexta-feira que aguarda decisão do Ibama para destravar os investimentos que considera “tão importante” para o Brasil.

“Espero que o Ibama dê continuidade ao que se iniciou que é o licenciamento”, comentou em sua apresentação num painel do 2º Fórum Esfera Brasil, no Guarujá (SP). Ele indicou que terá um bom diálogo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Nós precisamos sentar à mesa , resta ao Ibama continuar o licenciamento”. O ministro garantiu que “as condicionantes vão ter todo o apoio” da sua administração.

A questão ainda é contraditória porque há dentro do governo, além da questão ambiental, um ingrediente político que pode causar cobranças ao presidente Lula da Silva. Belém, do Estado confrontante Pará, vai sediar a COP 30 em 2025. O evento do clima organizado pela ONU é chamariz para ambientalistas de todo o mundo, e a exploração de petróleo – considerada por eles agressiva seja em mar ou terra – pode virar pauta internacional em meio à edição.

Enquanto de um lado o Governo se preocupa com a imagem internacional do Brasil neste caso, por outro há otimismo dos gestores públicos. O Amapá precisa muito do investimento para dar um upgrade em sua estagnadíssima economia. Gestores e especialistas locais apontam que a exploração será a 175 km da foz do rio Amazonas.

A Coluna apurou que entrou no lobby também o clã Barbalho, do Pará. A família é bem representada em Brasília: o senador Jader, contam aliados, quer atrair investidores e sedes de petroleiras para a capital Belém. Tem o apoio nisso do governador Helder, seu filho, e do outro herdeiro político, seu homônimo, ministro das Cidades.

O fórum Esfera Brasil acontece no Casa Grande hotel no Guarujá, litoral paulista, e reúne grandes empresários do País para debater infraestrutura e outros setores. Termina neste sábado com presença dos ministros Dias Toffoli (STF) e Isabel Galotti (STJ), do ministro da Secom da Presidência Paulo Pimenta, do presidente do BC, Roberto Campos Neto, do relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga, entre outros.