A companheira de Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, disse, em entrevista ao Correio Braziliense, que espera que o marido se entregue para a polícia. A jovem, de 19 anos, que preferiu não se identificar, disse que está em estado de choque e contou que sua família está sofrendo ameaças.

O casal está junto há 4 anos e tem uma filha de 2 anos, e ela diz temer pelo desfecho da história. Lázaro está foragido há quase uma semana suspeito de matar uma família em Ceilândia (DF), e também pretendia matar um casal e uma filha de 16 anos ao tê-los feitos de reféns na terça-feira (15).

De acordo com a Polícia Militar, durante os seis dias de fuga, Lázaro invadiu chácaras, furtou um carro e o abandonou na BR-070. Mais de 200 agentes de segurança participam das buscas pelo suspeito.

“Temos medo de receber a notícia de que ele morreu. Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu”, diz a mulher do suspeito.

Segundo a jovem, Lázaro é um pai dedicado. Os dois se conheceram por meio de uma tia dele, que é amiga da família dela. O homem também é pai de outra criança, de 4 anos, com outra mulher.

A mulher de Lázaro também rebate as acusações de que ele estaria envolvido em rituais macabros, e diz que a família é alvo de fake news e preconceito por onde passa.

“Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar”, disse ao Correio Braziliense.

Crimes

Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidas, de 21 anos, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15 anos.

O foragido também é acusado de participar do sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade. O corpo dela foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego, próximo da casa onde a família morava. No mesmo dia, Lázaro fugiu de um cerco policial na cidade de Cocalzinho. Ao fugir, ele trocou tiros com agentes e ateou fogo em uma casa.

Em entrevista na segunda-feira, 14, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Marques, classificou o foragido como “psicopata”. “Ele, além de ser um psicopata, é da região. É o que nós chamamos de ‘mateiro’, acostumado a se emburacar no mato. Ele deve ter outra motivação psicótica. Está muito focado em seguir na trajetória criminosa. Mas vamos chegar até ele”, afirmou.