13/01/2020 - 11:06
O Ibovespa deve iniciar a semana em alta, após seis quedas consecutivas, pegando carona no sinal positivo da maioria das bolsas internacionais. A expectativa de assinatura do acordo comercial fase 1 entre Estados Unidos e China, na quarta-feira, é o que permite o tom otimista, embora investidores devam ficar no aguardo dos detalhes do pacto. Isso pode gerar alguma cautela e eventualmente limitar ganhos, bem como a espera da lista numerosa de indicadores de peso que serão informados esta semana, como PIB chinês e balanços nos EUA, além de vendas do varejo e IBC-Br, no Brasil.
Embora parte da formalização do entendimento sino-americano esteja precificada nos mercados, Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, acredita que há espaço para valorização do Ibovespa. “Claro que teremos de ver os detalhes”, pondera.
A valorização do minério de ferro na China esta segunda-feira, de 2,14%, no porto de Qingdao, também pode ser mais um fator de expansão na B3.
No entanto, o investidor deve monitorar o clima geopolítico no Oriente Médio após as manifestações no Irã no fim de semana, assim como o clima desfavorável na política doméstica.
Depois do recesso parlamentar, o ministro Paulo Guedes tem seu primeiro encontro de 2020, esta manhã, quando ocorrerá reunião geral de secretários do Ministério da Economia.
Reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostra que as tensões entre a ala política e a equipe econômica tem aumentado no governo Jair Bolsonaro.
O pedido do presidente Jair Bolsonaro para que seja concedido subsídio nas contas de luz de templos religiosos expôs um racha que tem sido cada vez mais frequente e, até então, mantido nos bastidores. As divergências também ocorreram na política de reformulação do Bolsa Família, nas discussões sobre o fim do subsídio para painéis solares e no reajuste salarial de policiais do Distrito Federal (DF).
Em seis pregões seguidos de 2020, o Ibovespa acumulou queda de 2,58%. Parte da perda pode ser atribuída a ajustes normais após o rali do final de 2019, observa em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada. Porém, pondera que há sinais de ruídos entre o Planalto e a equipe econômica que começam a preocupar os investidores. Ele lembra ainda que dados de atividade serão monitorados nesta semana.
Embora os dados sejam de novembro, serão acompanhados com atenção, pois a frustração do mercado com o resultado da produção industrial de igual período reforçou a divisão das estimativas para o Copom de fevereiro, entre queda de 0,25 ponto porcentual e manutenção em 4,50%.
Às 10h55, o Ibovespa subia 0,71%, aos 116.318,04 pontos. Em Nova York, os índices futuros também tinham alta moderada, enquanto na Europa o sinal era de baixa, diante da notícia da possível separação entre Nissan e Renault.