O aleitamento materno é, em muitos casos, o único e principal alimento nos primeiros meses de vida. Contudo, apesar de a importância, a prática da amamentação pode ser um dos momentos mais desafiadores da maternidade. Portanto, dicas para melhorar essa experiência são essenciais para todas as mães, mesmo para aquelas que já viveram esse momento outras vezes.

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À IstoÉ, a ginecologista e obstetra Helena Cossich, sócia-fundadora do clube de assinaturas materno e infantil Baby Concierge, destaca que “o maior problema da prática é o desestímulo à amamentação e todos os mitos que a cercam”. Entre os medos que permeiam o assunto, um dos principais é a agalactia (ausência de produção de leite). No entanto, a especialista esclarece que esse é um fator raro na espécie humana. “Contudo, sabemos que fatores psicológicos interferem demais na produção, assim como cirurgias mamárias, especialmente quando há retirada de tecido mamário”, completa. 

Outro medo comum entre as mães é que o seu leite não seja suficiente para o bebê. Segundo a médica, cada mulher produz o suficiente, mas se, ainda assim, precisar complementar com fórmulas, é importante entender que “isso é uma possibilidade e não é um fracasso”. “Somos capazes! E, se precisarmos de ajuda humana ou de fórmulas, está tudo bem”, pondera.

Para melhorar a experiência da amamentação é indispensável uma rede de apoio, alimentação saudável, hidratação (consumo de água) e estímulo. Além disso, Helena destaca a importância do acompanhamento com o neonatologista e reforça: “Somos diferentes e cada uma precisará achar seu caminho.” 

Vale ressaltar que a experiência pode variar conforme as gestações.“Se a experiência da amamentação é positiva, a mulher inicia sua próxima gravidez mais tranquila, o que facilita muito. Mas se a primeira foi ruim, vale avaliar já no pré-natal o que houve e tratar com uma equipe multidisciplinar, o que deve incluir terapia”, aconselha a obstetra.

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Como melhorar a experiência da amamentação na prática

Ter uma consultora de amamentação para auxiliar antes e durante o processo pode facilitar a prática. Taina Souza, profissional da área e parceira do Baby Concierge, explica que a ideia é, a partir do atendimento individualizado, “encontrar junto às famílias o caminho ideal a seguir para que a amamentação aconteça da melhor maneira possível”. 

Para mulheres que puderem contratar esse tipo de serviço, a recomendação é que o acompanhamento inicie ainda no pré-natal, para que se sejam trabalhadas com antecedências as possíveis situações de impacto direto na experiência. “Porém caso não seja possível, nos primeiros dias do bebê será ideal, antecipando possíveis complicações, pois quando chegamos e a situação já está bem complicada, podemos levar mais tempo para reverter e amenizar as angústias da família”, explica Taina. 

A profissional reitera, ainda, a importância de buscar informações confiáveis acerca do assunto, evitando mitos e crenças populares: “Sabemos que o parto pode inicialmente ser bastante assustador e o maior foco da família, porém a amamentação dura meses, anos e influência em toda dinâmica familiar. Não é para temer a amamentação, mas não podemos subestimá-la.” 

Principais erros da amamentação

Diferentemente da educação comum que mulheres recebem durante toda a vida, Taina ressalta que o principal equívoco da amamentação é acreditar que esse ato é algo instintivo.

“Na grande maioria não é assim, somente plugar o bebê no peito e pronto. Amamentar é um ato que precisa ser aprendido e compreendido. Não se informar adequadamente pode custar a sua amamentação. A mulher e sua família ficam mais vulneráveis e passíveis de acreditar em vários mitos e palpites”, explica a consultora de amamentação. 

Por fim, ela lista alguns dos principais erros da amamentação, são eles: “utilizar água quente quando a mama está empedrada, utilizar bicos artificiais sem qualquer orientação, acreditar que existe leite fraco e que a fórmula é melhor que o leite que se produz”.