O alto custo das novas drogas para tratamento do câncer também foi alvo de críticas. Vários dos medicamentos recém-lançados para combater tumores chegam a custar mais de R$ 100 mil.

“O preço das drogas é impagável até para a sociedade americana, que tem mais recursos. Esses preços vão quebrar o sistema privado e são difíceis de praticar no setor público”, disse Rafael Kaliks, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico do Oncoguia, durante o Fórum Estadão Saúde.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, defendeu que governo e indústria farmacêutica tenham maior diálogo para negociar os preços dos medicamentos. “Mas, para isso, o governo precisa dizer que tem interesse em comprar mas não consegue pagar, em vez de afirmar que não incorpora a droga por falta de eficácia, como faz hoje”, disse.

A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) diz que todo medicamento vendido ao governo passa por amplas negociações, com base em critérios estabelecidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Além disso, a definição leva em conta o menor preço de um grupo de nove países com os quais o Brasil faz a comparação de valores.

“Mais reduções seriam possíveis se, em vez de permitir a judicialização, o governo fizesse um levantamento para identificar quais drogas, especialmente para câncer, são realmente necessárias para o SUS. Com base nisso, se o governo incorporasse essas terapias, possibilitaria descontos ainda maiores pela estabilidade e volume das compras”, disse a Interfarma, em nota.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.