Cerca de 400 cientistas e especialistas em clima expressaram seu apoio, nesta segunda-feira (13), à proposta do governo dos Estados Unidos de revisar o principal indicador que estima os danos das emissões de dióxido de carbono (CO²).

Trata-se de um número que aborda o custo social do carbono e representa em dólares o valor dos danos das mudanças climáticas para cada tonelada métrica de dióxido de carbono.

Com este indicador avaliam-se as consequências negativas das emissões de CO² a nível econômico, laboral e sanitário, e inclui a diferença de custos das emissões que reduzem e também os danos que se evitam ao reduzi-las.

Nos Estados Unidos, esse número tem sido um indicador para análise de custo-benefício em muitas áreas há anos.

O valor considera futuras doenças e mortes por ondas de calor, poluição por micropartículas, agravamento de desastres naturais, danos à propriedade, conflito violento previsível e migração em massa, entre outros.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês) propôs em uma minuta de novembro aumentar a estimativa de danos causados por uma tonelada de CO² dos atuais US$ 51 para US$ 190.

Nesta segunda-feira, encerrado o prazo para comentários sobre a proposta, a União dos Cientistas Conscientes (USC) apoiou a iniciativa com uma carta assinada por cerca de 400 especialistas em clima.

“Os impactos devastadores e custosos da crise climática são evidentes ao nosso redor”, disseram.

“A ciência é clara de que esses impactos só piorarão à medida que o aquecimento global aumentar. A estimativa não inclui, por exemplo, alguns custos difíceis de quantificar, como ‘uma série de impactos no ecossistema e perda de patrimônio cultural'”, explicaram os cientistas.

Agora que o prazo para comentários públicos terminou, a EPA lançará uma revisão externa das estimativas antes de finalizá-la.

cl/md/ag/atm/am