O Rei Charles III passou por uma cirurgia nesta sexta-feira, 26, para tratar um caso de “próstata aumentada, conforme anunciou o Palácio de Buckingham. Ele foi operado no hospital London Clinic, na Inglaterra, e passa bem. 

A informação foi divulgada à “BBC” por fontes oficiais, que garantiram que o procedimento cirúrgico correu bem. O monarca de 75 anos esteve internado por pelo menos duas noites e ainda não há informações acerca de sua alta médica.

Especialista explica diagnóstico de próstata aumentada

À IstoÉ Gente, Wagner Matheus, urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU-SP), explica o diagnóstico de Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), doença que faz parte do envelhecimento masculino e não deve ser confundida com câncer de próstata.

“O Diagnóstico da HBP é realizado principalmente por meio de sintomas urinários, dentre eles dificuldade para urinar, jato fino e esforço miccional. Além disso, acordar várias vezes à noite, maior número de micções durante o dia e vontade urgente de urinar”, enumera o médico.

Segundo Wagner, o exame de toque retal é peça-chave no diagnóstico da condição, ajudando também a descartar a possibilidade de câncer. “Outros exames importantes são o ultrassom, que avalia com maior precisão o tamanho da próstata, e o exame de sangue de PSA”, relata. 

O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, como no caso de Charles III. Diferentes tipos de cirurgias podem ser indicadas por um urologista com base na análise caso a caso. 

Quadro pode trazer problemas 

Wagner explica que é importante se atentar aos sintomas e evitar um diagnóstico tardio, já que a HBP pode acarretar sérios problemas de saúde quando não tratada.

Possíveis consequências do quadro incluem retenção urinária, disfunções miccionais e até mesmo insuficiência renal, conforme relata o especialista, que adverte: “Numa obstrução aguda, é necessário o uso de sondas na bexiga para o esvaziamento adequado da urina. A obstrução prostática, que leva a um estreitamento e obstrução da uretra, pode ocasionar dificuldade de esvaziamento vesical que, consequentemente, leva a acúmulo de resíduo de urina e dilatação da bexiga.”

Wagner ainda alerta que a bexiga distendida cronicamente pode levar à falência da musculatura do órgão e à e perda de função contrátil. “Em casos mais graves de perda completa da musculatura, pacientes podem necessitar de drenagem artificial com sonda ou cateteres o resto da vida.”

Além disso, em casos de obstrução crônica, os rins podem ser danificados de forma permanente, o que também pode evoluir para insuficiência renal com necessidade de hemodiálise ou sondagens definitivas da bexiga.