O processo de sucessão e herança de Silvio Santos (1930-2024) foi planejado durante anos e agora, com a morte do apresentador, a esposa, Íris Abravanel, e as seis filhas, Cintia, Silvia, Daniela, Patricia, Rebeca e Renata, não precisarão brigar na Justiça pela divisão de seu patrimônio.

A fortuna do apresentador, que foi declarada, é R$ 3,9 bilhões, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, e distribuída principalmente entre as herdeiras diretas.

Prevendo os desafios de administrar um império, que inclui o SBT, o Hotel Jequitimar e outras empresas, o comunicador e empresário optou por realizar doações de parte de seus bens ainda em vida. Essa estratégia, comum em planejamentos sucessórios, permitiu a redução do impacto tributário e preparou suas filhas para o futuro, garantindo que elas tivessem uma participação ativa na gestão dos negócios.

A estruturação do patrimônio foi feita de maneira a manter a coesão familiar e a continuidade das operações empresariais. Duas de suas filhas, Daniela Beyruti e Renata Abravanel, foram escolhidas para assumir o controle da emissora de Osasco, já que ambas estavam envolvidas na administração do canal. Já as demais herdeiras receberam imóveis, participações em outras empresas do grupo e valores em dinheiro, resultando em uma divisão equilibrada do patrimônio.

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*Leonardo Marcondes Madureira, sócio fundador do escritório Marcondes Madureira e especialista em Direito de Família e Sucessões, destaca em entrevista ao site IstoÉ Gente a relevância do planejamento antecipado.

“O processo sucessório do apresentador foi um exemplo de como a antecipação e organização são essenciais para evitar disputas familiares e garantir a continuidade de um legado. Com a devida preparação e orientação, é possível minimizar os riscos de conflitos e assegurar que o patrimônio seja bem administrado pelas próximas gerações”, declara.

O advogado explica que, para que tudo fosse feito de forma eficaz e sem brechas legais, Silvio contratou consultorias especializadas em direito sucessório e planejamento patrimonial.

“Essas consultorias auxiliaram na estruturação dos bens, na preparação de documentos e na orientação sobre os aspectos tributários, que são fundamentais em um processo de sucessão desse porte. Isso demonstra a importância de se contar com profissionais experientes para conduzir um processo tão delicado e complexo”, ressalta.

Um dos grandes temores em processos sucessórios é a possibilidade de disputas entre os herdeiros.

“O comunicador conseguiu evitar isso ao deixar tudo bem claro e organizado. Ele preparou suas filhas para a responsabilidade que teriam e deixou claro como gostaria que as coisas fossem conduzidas após sua partida. O fato de ele ter realizado doações em vida e mantido o controle das decisões até o fim com certeza serão relevantes, evitando assim conflitos familiares, muito comum em casos de inexistência de testamentos ou de um planejamento patrimonial antecipado”, afirma.

“O processo de sucessão de Silvio Santos serve como exemplo de como o planejamento antecipado e a organização são fundamentais para garantir a continuidade de um legado. Com a devida preparação e o envolvimento dos herdeiros no processo, é possível minimizar os riscos de conflitos e garantir que o patrimônio acumulado ao longo da vida seja bem administrado e perpetuado pelas próximas gerações. Para famílias que possuem negócios ou patrimônios significativos, seguir esse exemplo pode ser a chave para um futuro tranquilo e próspero”, conclui.

*Leonardo Marcondes Madureira é sócio fundador do escritório Marcondes Madureira. Especialista em Direito de Família e Sucessões e em Mediação e Resolução de Conflitos. Pós-graduado em Direito Empresarial pela Escola Brasileira de Direito.