Virgínia Fonseca foi duramente criticada pelo lançamento de uma base de sua marca, WePink Beauty. Segundo especialistas em maquiagem e cosméticos, o produto não vale o preço cobrado: R$ 200.

“Sinceramente, a Virgínia Fonseca deve estar achando que o consumidor brasileiro é palhaço. Criar uma base de 200 reais no mercado nacional, que proposta é essa de “low luxury”, que não atende os mínimos requisitos? Não assisti até agora uma resenha positiva”, comentou uma pessoa no Twitter.

“Uma dúvida genuína: pelo que entendi, pra ser grau 1 é porque não tem fotoproteção. Mas se tiver outros ativos, como Hialurônico, vitamina E… sei lá o que mais… mas sem o fps, não continuaria sendo grau 1? Ou já seria grau 2?”, questiona outra.

Isso porque a polêmica gira em torno do registro do produto. A influenciadora Gabi Freitas levantou essa questão e fez comparações de preço.

Veja abaixo:

Especialista esclarece, 'segundo Anvisa', polêmico cosmético de Virgínia Fonseca

Especialista esclarece, 'segundo Anvisa', polêmico cosmético de Virgínia Fonseca

À IstoÉ, a dermatologista Fernanda Nichelle explica a regra.

“A Anvisa separa os produtos em Grau 1 e Grau 2. Tal separação é feita baseada no risco de efeitos indesejados devido ao uso inadequado, formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a ser usado e cuidados ao utilizá-lo. Segundo a Anvisa, ambos os produtos de grau 1 e grau 2 são cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal compostos por substâncias naturais ou sintéticas para uso externo em diversas partes do corpo. Por exemplo, para cabelos, pele, unhas, lábios e podem possuir diversas funções como por exemplo, limpar, perfumar e neutralizar odores”, começa a médica.

“Produtos classificados como grau 1 são aqueles que possuem propriedades básicas, as quais não precisam ser comprovadas inicialmente e não requerem informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso. Exemplos: perfumes, esmaltes, cremes sem ação fotoprotetora”, lista a especialista, que é membro da International Society of Dermatology e da European Academy of Dermatology and Venereology.

“Os produtos grau 2 são caracterizados por possuírem indicações específicas, que necessitam de comprovação de segurança e/ou eficácia, de informações sobre cuidados, modo e restrições de uso. Exemplos: produtos para acne, xampu anticaspa, itens de maquiagem com fotoproteção”, continua.

“Essa classificação ajuda a diferenciar os produtos que podem apresentar efeitos indesejados a partir do seu uso inadequado, devido sua formulação, finalidade de uso e áreas do corpo onde são aplicáveis. Os produtos de grau 1, por serem mais simples, são apenas notificados e não apresentam toda a documentação e análises pelas quais os produtos de grau 2 são submetidos”, compara.

No entanto, em ambos casos, há, na composição substâncias químicas (autorizadas pela Anvisa) que, como qualquer agente externo ao corpo, podem gerar resíduos ou subprodutos. “Assim, podem trazer riscos à saúde”, finaliza Fernanda.