Especialista diz se Xuxa pode ter algum transtorno após revelar que dá banho na filha

A atitude da apresentadora dividiu opiniões e gerou um debate entre os internautas nas redes sociais

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Xuxa e Sasha Meneghel Foto: Reprodução/Instagram

A apresentadora Xuxa Meneghel, de 62 anos, chocou ao revelar como é sua relação com a filha, Sasha, de 26. Durante entrevista ao podcast ‘WOWcast’, a eterna rainha dos baixinhos contou que ela e a modelo precisam de momentos entre mãe e filha, chegando a dar banho na jovem como se ela ainda fosse um bebê.

“A gente conversa muito. Colocamos em dia todas as conversas e, depois, dormimos juntas ou tomamos banho juntas. Na hora do banho, lavo realmente ela como se fosse um bebê, seco o cabelo dela como se fosse uma criancinha e a gente fica conversando enquanto isso”, revelou Xuxa na atração.

A loira disse ainda que sabe que Sasha — fruto de seu relacionamento com Luciano Szafir — já é uma adulta, mas sente que perdeu momentos com a filha quando ela era criança, pois estava no auge da carreira apresentando o Xuxa Park e o Planeta Xuxa, na Globo.

“A gente precisa desse momento. Ela já é uma mulher e, para mim, é aquele bebê que sonhei tanto e que não aproveitei como gostaria”, completou.

A atitude de Xuxa é normal? Alguns internautas nas redes sociais se manifestaram e opinaram sobre a atitude da comunicadora, considerando algo natural entre mãe e filha; outros, porém, criticaram o fato de Sasha já ser adulta.

Procurada pela reportagem da IstoÉ Gente, Lari Pedrosa — terapeuta sistêmica, facilitadora e autora do livro Uma Nova Mulher – Curando a Conexão Mãe e Filha — fez uma análise sobre o caso. Leia abaixo na íntegra!

“A maior prova de amor que uma mãe pode oferecer à filha é cuidar de si mesma como mulher. É nesse gesto de amor-próprio, de construção da própria identidade para além do papel materno, que a filha encontra permissão para viver a sua própria jornada.

Quando uma mãe vive seus sonhos, cuida da própria vida e assume suas responsabilidades como mulher adulta, ela ensina, com presença — e não apenas com palavras —, que a filha também pode fazer o mesmo.

No entanto, quando há um excesso de cuidado, de entrega e de centralidade afetiva na filha, esse amor pode conter uma intenção oculta: a de manter a filha por perto, como uma forma de não perder a sua companhia. É nessa dinâmica que o vínculo se desequilibra.

O amor se transforma em medo de ser deixada e, na expressão: “Filha, você é minha razão de viver”, muitas vezes mora a súplica silenciosa do anseio materno em dizer: “Filha, por favor, fique!”.

Esse movimento pode dificultar a independência emocional, relacional e até financeira da filha. Quando não há espaço para uma separação saudável entre gerações, a filha carrega o peso de suprir a mãe afetivamente, comprometendo seu próprio desenvolvimento como mulher.

Na análise da relação entre Xuxa e Sasha, com o devido cuidado e sem diagnóstico fechado, podemos refletir sobre isso. A dedicação intensa de Xuxa à maternidade, somada às exigências da carreira, pode ter contribuído para a construção de um vínculo profundo. No entanto, é possível que, como ocorre em muitas relações entre mãe e filha, essa entrega também tenha gerado dinâmicas de dependência afetiva que merecem ser compreendidas com atenção.

Sasha, ao se casar e seguir sua vida, pode estar, enfim, vivenciando seu próprio voo. E talvez, para Xuxa, isso esteja gerando um sentimento de vazio, fruto de uma dinâmica emocional comum entre mães que viveram intensamente esse papel — especialmente aquelas que, na infância das filhas, estiveram indisponíveis por outros compromissos.

A síndrome do ninho vazio é real. Mas ela pode ser mais do que uma tristeza sentida pela partida dos filhos. Em alguns casos, revela uma dor mais antiga: a da mulher que se esqueceu de si para viver a maternidade em sua totalidade, e que agora, sem a presença constante da filha, precisa reencontrar a si mesma.

Esse é o convite: que mães e filhas ocupem seus lugares. Que a mãe seja mãe, com amor, mas sem sufocar. Que a filha seja filha, com gratidão, mas sem carregar culpas. Que ambas se vejam como mulheres inteiras, capazes de amar sem depender, de apoiar sem prender e de cuidar sem se anular.

Porque, no fim, amar é deixar ir. E é nessa liberdade que se constrói uma relação madura, forte e verdadeira.”

Referências Bibliográficas

Lari Pedrosa – Terapeuta Sistêmica, Facilitadora e Escritora. Autora do livro – “Uma Nova Mulher – Curando a Conexão Mãe e Filha” (Literare Books International).