O Senado aprovou na noite de quarta-feira, 13, Paulo Gonet como Procurador-Geral da República por 65 votos favoráveis a 11 contrários. Não houve abstenção.

+ Indicação de Paulo Gonet à PGR é aprovada pelo Senado

O novo PGR foi indicado para o cargo no dia 27 de novembro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele substituirá Augusto Aras, que deixou o posto em setembro.

Em entrevista à ISTOÉ, Fernando Fontainha, que atua como professor do IESP-UERJ (Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), disse que, assim como Flávio Dino, ele deve ser leal à coalizão que auxiliou a sua indicação.

Em contrapartida, ele acredita que o perfil de Gonet seja semelhante ao de seu antecessor. “É importante lembrar que a PGR funciona por mandatos, e isso fez com que os integrantes criem expectativas de serem novamente nomeados”, disse. “O presidente rompeu com a metodologia de escolha que cultivou por mais de 10 anos, que é a lista tríplice formada por uma associação privada. Isso pode ser interpretado como um sinal do mandatário, porque outros indicados enfraqueceram a sua governabilidade e a de Dilma Rousseff nos casos do Mensalão e Lava Jato, respectivamente”, completou.

Ainda segundo o professor, a priori, Paulo Gonet demonstra ter um posicionamento conservador, pois “ele não possui um histórico militante e não possui uma vida política fora do direito”.

Mesmo assim, a indicação de Gonet para a PGR foi bem aceita tanto pela direita quanto pela esquerda.

“A base apoiou por se tratar de uma nomeação do presidente, e a oposição por acreditar em um perfil conservador. Por conta disso, ele possui uma base ampla para se ancorar. Se isso é bom ou ruim, só o tempo dirá”, concluiu.

Quem é Paulo Gonet?

Paulo Gonet se formou em Direito pela Universidade de Brasília no ano de 1982. Em seguida, passou a trabalhar no gabinete de seu antigo professor, o então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Francisco Rezek.

Depois, Gonet ingressou no MPF (Ministério Público Federal). Em 2012, ele foi promovido a subprocurador-geral da República, o nível mais alto da carreira.