SÃO PAULO, 15 JUN (ANSA) – Por Renan Tanandone – Uma das ocasiões mais emblemáticas para jogadores e torcedores em uma Copa do Mundo é o momento em que toca o hino nacional de seu país antes do início do jogo. As vozes dos atletas se misturam às de milhares de fãs, fazendo muitos chorarem e se emocionarem.   

No entanto, o verdadeiro significado de um hino ou de uma bandeira é pouco conhecido. As cores preta, vermelha e amarela da Alemanha, por exemplo, foram inspiradas nos tons dos uniformes usados pelas tropas germânicas durante as guerras napoleônicas, assim como nas primeiras tentativas de unificação do país, em 1848, de acordo com o geógrafo Tiago José Berg.   

“O símbolo nacional é a carteira de identidade de um país, toda vez que você pensa sobre os anseios, histórias, culturas, vitórias e sobretudo a imagem da nação, muito disso passa pelos símbolos”, afirmou Berg, em entrevista à ANSA. “Quando você conhece a história de um hino ou o significado de uma bandeira, você passa daquela barreira de que o símbolo é algo oculto, para entender todo o significado por trás daquele elemento”, disse.   

Com a ajuda de Berg, ANSA selecionou as cinco bandeiras e os cinco hinos mais curiosos da Copa 2018. Confira: – Bandeiras: Arábia Saudita – A bandeira saudita consiste em um retângulo verde com um frase em árabe e uma espada logo abaixo. Segundo Berg, o tom esverdeado está no estandarte desde o século 19, por se acreditar que era o preferido do profeta Maomé. A inscrição em árabe é a “shahada”, um dos pilares do Islã e que significa “não existe outro deus que não Alá, e Maomé é o profeta de Alá”.   

Por fim, a espada celebra a vitória do rei Abdul al Aziz ibn Saud, que deu origem à moderna Arábia Saudita.   

Croácia – A Croácia possui em sua bandeira as cores vermelha, branca e azul, símbolos dos reis croatas a partir da Idade Média, com um escudo xadrez centralizado. De acordo com a lenda, o monarca Stephan Drzislav acabou preso após perder uma batalha contra seu inimigo Pietro II Orseolo, doge de Veneza. O veneziano desafiou o croata para uma série de três partidas de xadrez e, se ele vencesse, seria libertado. Drzislav aceitou o desafio, ganhou todas as partidas e foi solto.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Rússia – Anfitriã da Copa, a Rússia possui três faixas em sua bandeira, com as cores branca, azul e vermelha. Segundo a lenda, o design foi inspirado na da Holanda, pois, em uma visita do czar Pedro, O Grande, ao país, ele teria ficado impressionado com a bandeira holandesa. Atualmente, segundo os russos, o branco simboliza os gelos polares, o azul, as águas do Oceano Ártico, e o vermelho, o povo.   

Uruguai: Uma das seleções mais tradicionais da Copa, o Uruguai teve sua bandeira desenhada pelo primeiro presidente do país, Joaquín Suárez, logo após a independência. O design foi inspirado em outras duas bandeiras: dos Estados Unidos, por conta do ideal de liberdade e democracia, e da Argentina, país do qual o Uruguai fez parte no período colonial.   

Dinamarca: A seleção dinamarquesa não é uma das favoritas da Copa, mas sua bandeira, chamada “Dannebrog”, é tida como a mais antiga do mundo. A origem do estandarte do país escandinavo tem duas teorias: a primeira fala que uma bandeira vermelha com uma cruz branca caiu do céu nas mãos do rei Valdemar II, na batalha contra os estonianos em 1219; a segunda diz que o símbolo dinamarquês foi um presente do Papa durante as cruzadas.   

– Hinos: Costa Rica – O país caribenho não teve um hino até 1853, quando, por conta de uma visita de delegações diplomáticas dos Estados Unidos e do Reino Unido, o governo pediu para o compositor Manuel María Gutiérrez preparar uma música para a cerimônia. No entanto, a Costa Rica só foi ter um hino oficial em 1949, quando uma composição de José María Zeledón Brenes venceu um concurso público para eleger a música símbolo do país.   

Portugal – O hino nacional de Portugal nasceu após o Reino Unido exigir, em 1890, que o país ibérico tirasse suas tropas da zona colonial chamada “mapa cor-de-rosa”, composto por Malauí, Zâmbia e Zimbábue. Após Lisboa ceder aos pedidos britânicos, a população portuguesa, indignada, saiu às ruas para protestar, e o poeta Alfredo Keil compôs uma música em seu piano. Ao terminar, ele foi ao compositor Henrique Lopes Mendonça, que encaixou uma letra naqueles acordes. A canção ficou popular entre os republicanos e, em junho de 1911, “A Portuguesa” tornou-se o hino oficial do país. (Continua)


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias