O presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel María Villar, anunciou nesta terça-feira que retirou sua candidatura à presidência da Uefa para lutar pela reeleição à frente do futebol de seu país.

Apesar “das numerosas mensagens de apoio que recebi para continuar em frente com minha campanha (à Uefa), depois de uma profunda reflexão, decidi retirar minha candidatura”, afirmou Villar em comunicado.

O dirigente afirmou que “são abundantes as vozes dos representantes do futebol espanhol que me pediram que continue trabalhando pelo futebol do meu país apresentando novamente nos próximos meses minha candidatura à presidência da RFEF”.

O diário esportivo madrilenho As afirmou nesta terça-feira que Villar teria tomado esta decisão “após perceber que não teria o apoio necessário para vencer a disputa” e não contava com os votos de grandes federações europeias, como França, Rússia e Alemanha.

Villar (66 anos), vice-presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa, é o mandatário do futebol espanhol desde 1988. Este ex-jogador do Athletic Bilbao e da seleção espanhola anunciou sua candidatura a um novo mandato à frente da RFEF de olho nas próximas eleições, previstas para dezembro.

– Duelo Ceferin-Van Praag –

A confederação europeia deverá se reunir em 14 de setembro em Atenas para eleger o sucessor de Michel Platini, suspenso de qualquer atividade ligada ao futebol por um pagamento de 1,8 milhão de euros recebido em 2011 do até então presidente da Fifa Joseph Blatter.

Villar vinha assumindo a função de presidente interino da Uefa desde a suspensão de Platini, em 9 de maio. “Foi uma verdadeira satisfação para mim poder realizar essa missão durante um período difícil”, declarou o espanhol.

Sua candidatura pode ter sido prejudicada pela imagem de dirigente da ‘velha guarda’. Villar também teve alguns desentendimentos com a justiça interna da Fifa, tendo que pagar multa por não colaborar com uma investigação sobre as atribuições das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente na Rússia e Catar.

Sem Villar, o esloveno Aleksander Ceferin e o holandês Michael van Praag se tornam os únicos aspirantes a suceder Michel Platini no comando da Uefa em meio a tensões pré-eleição.

Após a imprensa norueguesa afirmar que o novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, estaria apoiando nos bastidores a Cerefin, Van Praag se disse “chocado”.

“Se isso for verdade, é a volta à velha maneira de fazer as coisas no mundo do futebol. É exatamente o que eu quero mudar”, criticou o holandês pelo Twitter.

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