A Espanha se prepara, neste domingo (25), para impor um toque de recolher em várias de suas regiões, outra medida drástica em uma Europa afetada pela segunda onda do coronavírus, que provocou um recorde de casos diários nos Estados Unidos.

O governo de Pedro Sánchez pretende decretar neste domingo um novo estado de alerta que autorize mais restrições após o decidido em março e que foi estendido até junho com um confinamento geral da população.

No sábado à noite, ao menos nove regiões espanholas pediram ao governo central para proclamar esse estado de alerta, embora algumas cidades e territórios já tenham se adiantado com restrições e toques de recolher locais, como Madri, Castilla e León (norte), Valença (leste) e Granada (sul).

Sánchez preparou o terreno na sexta-feira ao afirmar que a situação é grave, que “as próximas semanas e os próximos meses” serão “muito difíceis” e que está disposto a tomar “todas as medidas necessárias” para conter a epidemia.

– Incidentes na Itália –

Vários países europeus já instauraram o toque de recolher.

Na noite de sábado para domingo, dezenas de manifestantes da extrema direita protestaram contra o toque de recolher na Itália e enfrentaram as forças de ordem no centro histórico da capital italiana.

A Itália registrou um recorde de cerca de 20.000 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo a contagem oficial das autoridades no sábado. No total, o país – o primeiro da Europa duramente afetado pela pandemia – soma 500.000 casos e 37.000 mortos.

Na Bélgica, as autoridades adiantaram o toque de recolher de meia noite para as 22h00, ordenaram o fechamento dos comércios às 20h00 e proibiram as atividades culturais e esportivas a partir de segunda-feira.

Na França, os deputados votaram no sábado para prolongar até 16 de fevereiro o estado de emergência de saúde, um regime de exceção que autoriza o Executivo a aplicar restrições contra a crise.

O toque de recolher de 21h00 às 06h00, que no início envolvia 20 milhões de pessoas, foi ampliado no sábado para 46 milhões de habitantes no país, por seis semanas. A França registra mais de um milhão de casos e no sábado anunciou um recorde de 45.422 novos contágios em 24 horas.

Cerca de 8,5 milhões de pessoas contraíram a covid-19 na Europa, que registra mais de 260.000 mortos.

– Recorde diário de casos nos EUA –

A pandemia já deixou cerca de 1,2 milhão de mortos no mundo desde o final de dezembro, segundo um balanço da AFP no sábado.

Estados Unidos, o país com mais mortes no mundo, com mais de 224.000 óbitos e 8,6 milhões de casos, registrou no sábado um recorde de novos casos diários pelo segundo dia consecutivo, com cerca de 89.000 em 24 horas.

Na América Latina e Caribe, onde há mais de 387.000 mortos e cerca de 10,8 milhões de casos, a Colômbia superou neste sábado o valor simbólico do milhão de casos de covid-19 desde o início da pandemia, com 30.000 mortes.

No Chile, mais de 14,7 milhões de chilenos votam neste domingo em um plesbicito para decidir se mudam a Constituição redigida durante a ditadura de Augusto Pinochet.

O país superou no sábado os 500.000 casos e quase 14.000 mortes em quase oito meses.

Por último, o governo argentino anunciou que abrirá as fronteiras para recebir turistas de países limítrofes durante a próxima temporada de verão, visando melhorar um setor atingido em cheio pela pandemia de coronavírus.

A Argentina tem as fronteiras fechadas desde 20 de março, quando entrou em confinamento. As restrições continuam vigentes, embora moderadas em Buenos Aires e redondezas, onde vive um terço dos 44 milhões de argentinos.

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