A Espanha deu, nesta quinta-feira (18), seu apoio no Conselho de Segurança ao reconhecimento pela ONU do Estado palestino e pediu o respaldo da organização para as Conferência de Paz que Madri promove para “abrir uma nova página” no Oriente Médio.

“O inaceitável ataque do Irã a Israel, que condenamos taxativamente, nos colocou a mais um passo do abismo”, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, no Conselho de Segurança.

Nesta quinta-feira, o órgão das Nações Unidas se pronuncia sobre a demanda dos palestinos para se tornarem membros de pleno direito, cujo fracasso é esperado diante do provável veto dos Estados Unidos.

O projeto de resolução foi apresentado pela Argélia, que representa os países árabes do Conselho, e “recomenda à Assembleia-Geral que admita o Estado da Palestina como membro das Nações Unidas”.

A admissão de um Estado na ONU deve contar com a recomendação positiva de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho de Segurança, e que não haja veto de algum dos cinco membros permanentes. Depois, deve ser aprovada por pelo menos dois terços da Assembleia-Geral.

“A Espanha vai reconhecer o Estado palestino porque o povo palestino não pode estar condenado a ser um povo de refugiados, porque é o caminho para a paz no Oriente Médio, porque é bom para a segurança de Israel.”

Diante do risco de uma escalada regional, “não há outra alternativa além de dirigir nossos esforços para uma solução política”, como é a criação de dois Estados, apontou Albares, que disse que “este é o momento de tornar isso possível”.

Até agora, 139 países já o fizeram, entre eles nove da União Europeia (UE), lembrou.

Além disso, Albares pediu o apoio da ONU para realizar, “o mais breve possível”, a Conferência Internacional de Paz proposta pela Espanha para abrir “uma nova página” na história do Oriente Médio e “avançar para a materialização desta solução”. A iniciativa já conta com o apoio de “80 países” da UE, da Liga de Estados Árabes e da Organização de Cooperação Islâmica.

A solução de dois Estados não é apenas “justiça e a mais elemental humanidade” para os palestinos, mas também a melhor “alternativa ao extremismo e ao terror” e “coloca em pé de igualdade as partes para encararem a conclusão de negociações de paz que estão há muito tempo em ponto morto”, disse o ministro espanhol aos jornalistas após sua participação no Conselho de Segurança.

Israel e Palestina devem “se sentar à mesa como Estados com igual capacidade para se chegar a uma solução política”. “Não há outra saída”, advertiu.

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