Espanha: Mulher faz cirurgia de lipoescultura e morre com perfurações no corpo

Arquivo pessoal - Reprodução/BBC
Foto: Arquivo pessoal - Reprodução/BBC

Sára Gomez realizou uma cirurgia plástica de lipoescultura em uma clínica particular, no dia 2 de dezembro de 2021, na cidade de Cartagena, na Espanha. Por causa de complicações no procedimento, ela ficou internada por um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia 1° de janeiro, ela morreu. As informações são do G1.

Segundo os familiares, Sára saiu da cirurgia com “lesões típicas de uma briga com armas”. Os órgãos como rins, cólon (parte do intestino grosso), intestino delgado e fígado tinham perfurações de 0,5 a 2 centímetros.

O ex-marido de Sára, Ezequiel Nicolás, informou que a mulher conheceu um cirurgião chileno, de 38 anos, por meio de amigos em comum. E ela teria ficado animada com a cirurgia após ver os resultados dos procedimentos estéticos realizados pelo médico. “Ele se vendeu muito bem.”

Ainda de acordo com Nicolás, a mulher pagou € 5, 7 mil (cerca de R$ 36 mil) pela cirurgia.

O advogado Inácio Martínez disse que o médico garantiu à família de Sára que a cirurgia tinha corrido bem. No entanto, horas depois, uma ambulância foi acionada para transferir a mulher para um hospital da região, onde ficou internada por um mês, até morrer no dia 1° de janeiro.

A família registrou uma notícia-crime e o caso passou a ser investigado.

O advogado Pablo Martínez, que representa o cirurgião, afirmou que o médico não observou qualquer complicação ou erro durante o procedimento estético. “Se ele tivesse notado algo estranho, teria parado a intervenção.”

Entretanto, o anestesista informou ao Departamento de Saúde de Cartagena que comunicou ao médico que a paciente sofreu queda de pressão e que o líquido extraído de seu corpo tinha uma cor avermelhada, e não a amarelada que seria de gordura.

“Não se entende por que não interromperam a operação quando viram que o líquido extraído era de cor avermelhada, especialmente considerando que o anestesista avisou, ou por que chamaram os serviços de emergência tão tarde”, disse o ex-marido, Ezequiel Nicolás.

“Queremos que todo o peso da lei recaia sobre os culpados, porque foi uma carnificina”, completou.

O caso ainda é investigado e o juiz responsável apreendeu o passaporte do cirurgião chinelo, mas ele não foi proibido de continuar exercendo a profissão.