A Espanha anunciou, nesta quarta-feira (24), que vai exigir um visto de trânsito para os senegaleses que fizerem escala no país, uma exigência já imposta aos quenianos, em meio a uma avalanche de demandantes de asilo que colapsou instalações do aeroporto de Madri.

A medida para os senegaleses entrará em vigor em 19 de fevereiro, informou a embaixada espanhola no Senegal em mensagem publicada na rede social X.

As autoridades espanholas começaram, no sábado, a exigir vistos de trânsito para cidadãos quenianos que fizerem escala nos aeroportos espanhóis.

Os sindicatos da polícia espanhola, instituição responsável pela imigração, denunciam há meses que cidadãos de alguns países africanos que viajam para destinos como o Brasil, fazem escala em Madri e pedem asilo.

O aeroporto de Madrid-Barajas, o mais movimentado da Espanha, registrou um “aumento exponencial” no número de solicitantes de asilo desde agosto, o que sobrecarregou as áreas dedicadas ao seu alojamento, afirmou a ONG Comissão Espanhola de Ajuda ao Refugiado (CEAR).

“A superlotação e as condições insalubres atingiram pontos críticos, causando infestações de percevejos, acúmulo de lixo e falta de toalhas para higiene pessoal”, afirmou a CEAR em um comunicado.

Das 390 pessoas presas em condições “indignas” no aeroporto, pelo menos 182 não conseguiram formalizar seu pedido de asilo, segundo a ONG.

Os que aguardam para fazer seu pedido são, em sua maioria, oriundos de Senegal, Marrocos, Somália, Venezuela e Colômbia.

“Estamos trabalhando para evitar (…) usos fraudulentos nas escalas dos voos” por parte de “cidadãos que têm todo o direito de viajar para países”, principalmente da América Latina, que não exigem visto deles, havia advertido na sexta-feira passada, em Rabat, o ministro espanhol do Interior, Fernando Grande-Marlaska.

“Se os vistos de trânsito aeroportuário tiverem de ser introduzidos, então serão introduzidos (…) o que não está em contradição com ter um sistema, como o que temos, de asilo, de garantia dos direitos humanos”, acrescentou.

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