13/07/2024 - 17:10
A Inglaterra, que era apontada como uma das grandes favoritas antes do início do torneio, e a Espanha, seleção que mostrou o melhor futebol ao longo da competição, se enfrentam neste domingo (14) em Berlim na final da Eurocopa-2024.
Com mais de metade do estádio ocupado por torcedores ingleses, os espanhóis voltarão a encarar um ambiente hostil, depois do duelo das quartas de final contra a anfitriã Alemanha (2 a 1 na prorrogação) e das vaias da torcida da casa durante o jogo das semifinais contra a França (com vitória espanhola de virada por 2 a 1 nos 90 minutos).
Para o exército de torcedores ingleses, que chegou em grande número à Alemanha ao longo da Euro, a final de domingo é a grande oportunidade para virar a página da experiência traumática vivida em Wembley na última edição, quando a Inglaterra perdeu o título em casa nos pênaltis (3-2) para a Itália após um empate em 1 a 1 nos 120 minutos.
A ‘Nazionale’, que caiu na atual edição nas oitavas de final (ao perder para a Suíça), eliminou a Espanha nas semifinais de 2021, evitando que a ‘Roja’ e os ‘Three Lions’ se encontrassem naquela decisão.
Mas três anos é muito tempo no futebol, e os jovens Jude Bellingham e Pedri (ambos de 21 anos de idade), protagonistas daquela edição pelo seu talento e juventude, deram lugar a uma nova e brilhante geração, com Kobbie Mainoo no meio-campo inglês e Lamine Yamal no ataque espanhol.
Yamal, que fez 17 anos neste sábado, quer apagar as velas levantando uma taça e assim encerrar um torneio em que bateu recordes e ganhou as manchetes do mundo todo, principalmente depois do golaço nas semifinais contra a França.
Seu amigo Nico Williams, que comemorou 22 anos na sexta-feira, Dani Olmo e Rodri são alguns dos outros nomes da Espanha no torneio, sem esquecer da sólida defesa e da boa atuação de Unai Simón no gol.
A seleção comandada pelo técnico Luis de la Fuente está “a 90 minutos da glória”, como resumiu Olmo na sexta-feira durante a coletiva de imprensa. A Espanha, com três títulos da Eurocopa (1964, 2008 e 2012), está atualmente empatada com a Alemanha (1972 1980 e 1996) como país com mais troféus continentais.
Uma vitória no domingo servirá para desempatar esse duelo particular com a ‘Mannschaft’ fazendo da Espanha a única tetracampeã e ao mesmo tempo representará o batismo de ouro para uma geração que tem muitos anos pela frente.
Já para a Inglaterra há ainda mais em jogo: o país onde nasceu o futebol só ganhou a Copa do Mundo de 1966, em que foi o país-sede, e essa longa espera de 58 anos é um peso adicional sobre os ombros do técnico Gareth Southgate e de seus jogadores.
Vaiado nos estádios e criticado pela mídia, o treinador mais uma vez levou a Inglaterra às últimas fases de um grande torneio.
É verdade que os números na parte ofensiva não estão correspondendo ao nível das atuações em clubes de jogadores como Harry Kane, Phil Foden, Bukayo Saka e Jude Bellingham, mas os ‘Três Leões’ têm mostrado uma evolução na Alemanha e chegam à final no seu melhor momento no torneio.
Mas para chegar a Berlim, eles tiveram que sofrer, como na bicicleta de Bellingham nos acréscimos nas oitavas de final contra a Eslováquia que evitou a eliminação ou o gol de Ollie Watkins, também nos descontos, que levou a Inglaterra para Berlim.
No Olympiastadion vários companheiros de equipe vão se reencontrar, como os ‘madridistas’ Bellingham, Dani Carvajal e Nacho, os ‘Citizens’ Rodri, Phil Foden, John Stones e Kyle Walker, os ‘Blues’ Marc Cucurella e Cole Palmer e os ‘Gunners’ ‘David Raya e Bukayo Saka.
“Vão lá e mostrem ao mundo do que vocês são feitos”, pediu no sábado o príncipe William, presidente da Federação Inglesa (FA), que estará presente na partida de domingo.
“Estamos orgulhosos de vocês, só mais um empurrão para terminar o trabalho”, acrescentou em sua postagem na rede social X.
Na tribuna das autoridades vai se encontrar com o rei Felipe VI da Espanha, que já anunciou a sua presença na final há poucos dias.
Com os experientes capitães Harry Kane e Álvaro Morata precisando marcar gols para mostrarem seu valor, a final promete um espetáculo à altura do que está em jogo.
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