MADRID, 16 JUN (ANSA) – A Justiça espanhola condenou quatro torcedores a prisão por crimes de ódio e ameaças contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior, após a exibição de um “boneco enforcado” como o nome do atacante do Real Madrid, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (16) pela LaLiga em suas redes sociais.
Os quatro réus foram acusados de terem pendurado um manequim com a camisa do craque da seleção brasileira em uma ponte perto de Valdebebas, em 23 de janeiro de 2023, acompanhado de uma faixa com os dizeres: “Madri odeia o Real”, poucas horas antes do clássico da Copa do Rei entre Real Madrid e Atlético de Madrid.
A sentença, acordada pelos acusados, marca um precedente importante na luta contra o racismo e os atos de violência no futebol espanhol.
Um dos réus foi condenado a 22 meses de prisão, dos quais 15 meses por crime de ódio (nos termos do artigo 510 do Código Penal Espanhol) e outros sete meses por ameaças, por ter divulgado as imagens do ato de violência na internet, amplificando seu impacto.
Os outros três réus foram condenados a 14 meses, dos quais sete por crime de ódio e sete por ameaças, além de uma multa de 720 euros cada.
Além das penas de prisão e sanções, o julgamento ? no qual a LaLiga foi parte civil desde o início ? impõe penas adicionais graves aos quatro indivíduos, incluindo a proibição de se aproximar a menos de mil metros dos estádios onde são disputados os jogos da liga espanhola de futebol por quatro horas antes e quatro horas depois de cada evento esportivo.
A mesma proibição se aplica a “qualquer outro local frequentado pela vítima” e inclui a proibição de comunicação com Vinicius Jr. por quatro anos, a partir do cumprimento da pena de prisão.
A pena também prevê a inabilitação do condenado que difundiu as imagens do manequim enforcado por quatro anos e três meses para o exercício de profissão ou trabalho educativo nas áreas escolar, desportiva e recreativa. Para os outros três, a proibição é de três anos e sete meses.
De acordo com o jornal espanhol Marca, os quatro condenados escreveram uma carta de desculpas ao jogador brasileiro, ao Real Madrid, à LaLiga (que organiza o Campeonato Espanhol) e à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). (ANSA).