A Espanha concedeu, nesta terça-feira (16), a nacionalidade à escritora Gioconda Belli e a outros doze opositores nicaraguenses que tiveram a cidadania cassada pelo governo de Daniel Ortega, anunciou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares.

“Hoje, o conselho de ministros concedeu a nacionalidade espanhola a outros 13 nicaraguenses destituídos de sua cidadania, incluindo Gioconda Belli, com quem conversei por telefone”, anunciou Albares na rede social X.

“Os defensores da democracia e da liberdade têm o apoio da Espanha”, acrescentou o ministro do governo do socialista Pedro Sánchez.

Belli, uma dos escritoras mais conhecidas da América Central, fazia parte do grupo de mais de 300 opositores nicaraguenses que tiveram sua nacionalidade cassada pelo governo de Ortega em fevereiro de 2023.

Ao tomar conhecimento da decisão de Manágua, que também afetou o escritor Sergio Ramírez, que, como Belli, está exilado na Espanha, o governo espanhol se ofereceu para naturalizar os opositores nicaraguenses destituídos de sua cidadania. Ramírez obteve a nacionalidade espanhola em 2018.

Belli, que não reagiu à decisão do governo espanhol, escreveu no domingo no X: “O banimento como política de Estado é um sintoma da intolerância mais ilegal e cruel do regime nicaraguense”.

“Olhos que não veem, coração que não sente” é o remédio para sua arrogância de ignorar como eles destroem o espírito democrático e os direitos dos cidadãos”, disse ela.

Belli, autora de oito romances e várias coleções de poesia, ganhou este ano o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, considerado o prêmio de maior prestígio nesse gênero em espanhol e português.

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