O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central repetiu, na ata de seu encontro da semana passada, que a taxa de juros neutra pode aumentar em caso de “esmorecimento no esforço de reformas estruturais, aumento de crédito direcionado e incertezas sobre a estabilização da dívida pública”. Na semana passada o Copom reduziu a Selic pela segunda vez consecutiva, de 13,25% para 12,75% ao ano.

Além disso, o BC reafirmou que esse aumento do juro neutro pode levar a “impactos deletérios” sobre a potência da política monetária e, consequentemente, “sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

Em meio à cruzada do Ministério da Fazenda para garantir o resultado primário zero em 2024, o Copom do Banco Central afirmou ainda na ata que a incerteza observada no mercado financeiro recentemente, com alta em prêmios de risco e inflação implícita, está mais ligada à execução das medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço e o cumprimento das metas fiscais.

Segundo o BC, antes a incerteza estava mais no desenho final do novo arcabouço fiscal, já sancionado.

Nesse sentido, repetiu, na ata, o trecho do comunicado da semana passada em que reforça a importância de se perseguir de forma firme as metas estabelecidas, como já vem defendendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas.”