Os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) afirmam que os esforços para implementar um plano de paz em Mianmar são “insuficientes”, de acordo com uma minuta de declaração da cúpula do bloco vista pela AFP nesta quinta-feira (10).

Os dez países que compõem a Asean estão reunidos desde quarta-feira na capital do Laos, Vienciana, para uma cúpula de três dias focada na crise de Mianmar, que é governado por uma junta militar desde o golpe de 2021 e assolado por uma guerra civil.

O bloco regional apresentou um roteiro de cinco pontos semanas após o golpe para restaurar a paz em Mianmar, depois que os militares derrubaram o governo do partido da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

A junta militar ignorou o texto e continuou sua repressão aos oponentes políticos e a luta contra os rebeldes.

Os países da Asean exigiram que a junta militar tomasse medidas para implementar o roteiro de cinco pontos e disseram que o progresso até agora tem sido “insuficiente”, de acordo com a minuta.

Na declaração em discussão, o bloco pediu a todas as partes envolvidas que “reduzam a violência e parem com os ataques direcionados a civis e instalações públicas”.

Na minuta da declaração, os líderes da Asean argumentam que o roteiro de cinco pontos deve continuar sendo “a principal referência” para resolver a crise em Mianmar.

No final de setembro, a junta no poder de Mianmar pediu aos grupos armados que cessassem os combates e iniciassem conversações de paz após uma série de derrotas militares.

O conflito em Mianmar, que deixou mais de 5.300 civis mortos e mais de 3,3 milhões de desabrigados, de acordo com dados da ONU, é um dos maiores desafios enfrentados pela Asean desde sua fundação em 1967.

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