Os escritórios do Ministério Público na cidade portuária de Manta, um dos pontos estratégicos para o envio de drogas do Equador, foram alvo de tiros nesta segunda-feira (29), sem deixar vítimas, informou a entidade acusadora.

“O ataque, ocorrido ao meio-dia, felizmente não deixou vítimas, apenas danos materiais”, afirmou o Ministério Público em comunicado divulgado na rede X, pedindo às forças da ordem “para garantir a segurança do pessoal” em todo o país.

O órgão publicou junto com a mensagem a imagem de um panfleto deixado do lado de fora do prédio, com a foto de Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder da temida e principal gangue criminosa do país, a Los Choneros, cuja fuga da prisão foi detectada há três semanas.

Sua fuga desencadeou uma onda de violência no país, levando o presidente Daniel Noboa a declarar um “conflito armado interno”, com as Forças Armadas encarregadas de neutralizar cerca de vinte grupos rotulados de “terroristas” e beligerantes.

Junto com a polícia, os soldados patrulham as ruas e assumiram o controle das prisões, transformadas em centros de operações do narcotráfico.

O panfleto é assinado pelos Los Choneros e tem uma legenda que diz: “Não se metam com a família, eles estão separados de todos os meus problemas”.

E adverte: “Continuaremos atacando as funções públicas, até que deixem a família em paz”.

Uma fonte do Ministério Público disse à AFP que se tratou de um ataque a tiros contra os escritórios em Manta (sudoeste).

Duas semanas atrás, o promotor César Suárez foi assassinado a tiros em Guayaquil (sudoeste), e dias antes do crime, ele havia solicitado informações sobre a situação judicial de Inda Peñarrieta, esposa de Fito.

A mulher e seus três filhos estavam na Argentina, de onde foram expulsos em 19 de janeiro. De acordo com autoridades equatorianas, Peñarrieta não possui ordem de prisão e não está sendo investigada.

A fuga de Fito foi seguida pelo sequestro de mais de 200 policiais e agentes penitenciários, explosões e a tomada armada de um canal de televisão.

Em meio a operações intensas, cerca de 4.500 pessoas foram detidas e seis “terroristas” foram abatidos. Até agora em janeiro, os uniformizados apreenderam cerca de 40 toneladas de drogas.

O Equador espera receber empréstimos de organismos multilaterais de até US$ 4 bilhões (R$ 19,6 bilhões), o que representa 4% do PIB do país, para “superar o obstáculo”, segundo Vega.

pld/sp/atm/am