A escritora Anna Burns venceu, nesta terça-feira (16), o Man Booker Prize por seu romance “Milkman”, convertendo-se no primeiro autor proveniente da Irlanda do Norte, e a primeira mulher desde 2013, a ganhar o mais prestigiado prêmio literário britânico.
Os juízes elogiaram a sua forma de narrar três décadas de violência sectária na conflituosa província britânica através da voz de uma jovem.
“Nenhum de nós havia lido nada assim antes”, afirmou o presidente do júri, o anglo-ganês Kwame Anthony Appiah, ao anunciar o vencedor.
“A voz totalmente distinta de Anna Burns coloca à prova o pensamento e a forma convencional com uma prosa surpreendente e imersiva”, acrescentou.
A escritora, de 56 anos, é a primeira mulher que vence o famoso prêmio desde que Eleanor Catton se tornou a mais jovem a levar o Man Booker, com 28 anos, em 2013.
Embora seja ambientada em uma cidade cujo nome não é citado, “Milkman” recorre a suas experiências enquanto crescia na Irlanda do Norte durante os anos do violento conflito entre republicanos e unionistas, católicos e protestantes.
O romance relata a luta de uma jovem que enfrenta os rumores, a pressão social e a política em um contexto de divisões sectárias.
Criado em 1969, o prêmio Man Booker só era aberto a romancistas de países da Commonwealth até que, em 2014, permitiu o acesso a autores de outras nacionalidades, que escrevem em inglês e publicam no Reino Unido e na Irlanda.
O vencedor recebe 52.500 libras (69.400 dólares), mas a maior recompensa é o pico nas vendas que segue, invariavelmente, o seu anúncio.