06/04/2018 - 13:16
Edla Van Steen, uma das principais escritoras e intelectuais do Brasil, morreu aos 82 anos, em São Paulo, na sexta-feira 6. Edla estava internada havia duas semanas em decorrência de um infarto e é lembrada pela família pelo vigor com que viveu seus últimos meses de vida. Sempre disposta a receber amigos e familiares em volta da mesa, cozinhava magnificamente e regava seus eventos com a erudição e a atualização de quem marcou a história da arte do Brasil por meio de suas obras. “Ela possuía uma personalidade agregadora”, disse à ISTOÉ a amiga e atriz Irene Ravache. “Sentia prazer em ter os amigos junto de si”.
Seu legado cultural compreende mais de 20 livros, entre contos, romances, entrevistas, peças de teatro e livros de arte. Entre suas obras, destacam-se “O último encontro”, “Madrugada” e “Cheiro de amor”, que receberam importantes prêmios na área do cinema, teatro e literatura.
Seu primeiro livro publicado foi Cio, em 1965, de contos brasileiros, um dos principais marcos de sua produção, que também se caracterizou pela presença da mulher. De uma beleza ímpar, Edla foi convidada para ser uma das protagonistas do longa “Na garganta do diabo”, pelo qual recebeu diversos prêmios. Mesmo com o talento como atriz, decidiu por seguir pela literatura e foi durante muito tempo colaboradora do jornal O Estado de S. Paulo.
Nasceu em Florianópolis em 12 de julho de 1936, depois se mudou para o Rio de Janeiro, onde teve o primeiro filho, Ricardo Van Steen, com o pintor Loio Pérsio, marco do modernismo brasileiro. Quando nasceram as duas filhas de seu segundo casamento, com Ennes Silveira de Mello, Edla já vivia em São Paulo, onde se estabeleceu por mais de 40 anos. Seu terceiro e último marido, Sábato Magaldi, crítico teatral, jornalista, ensaísta e historiador brasileiro, faleceu há cerca de dois anos. Além dos três filhos, Edla deixa cinco netos, sendo um a filha de Sábato, que Edla considerava de sua família.
“Edla é a grande colaboradora, o principal eixo cultural, na implantação desde o início da década de 1980 da linha editorial da Global Editora, hoje com suas bases totalmente fincadas na Literatura brasileira. Uma vida dedicada a promover e valorizar a intelectualidade do país. A qualidade da editora se confunde com a qualidade do trabalho dela”, diz Luiz Alves Júnior, fundador da Global Editora