O escritor tcheco Milan Kundera, um dos grandes nomes da literatura mundial, morreu aos 94 anos em Paris, anunciaram o grupo editorial francês Gallimard e a porta-voz da biblioteca que tem o nome do autor em sua cidade natal de Brno.

O autor de “A Imortalidade” (1988) e “A Insustentável Leveza do Ser” (1984) faleceu na terça-feira 11 de julho de 2023, informou a editora Gallimard em um comunicado.

“Infelizmente posso confirmar que o senhor Milan Kundera faleceu ontem (terça-feira), após uma prolongada doença”, declarou à AFP Anna Mrazova, porta-voz da Biblioteca Milan Kundera, em Brno.

Um escritor sarcástico ao retratar a condição humana, Kundera foi um dos raros autores incluídos ainda em vida na prestigiosa série ‘La Pléiade’ (em 2011).

+ Escritores e um escândalo impulsionaram a Primavera de Praga

O romancista morava na França desde que emigrou da ex-Tchecoslováquia em 1975, quando o país ainda vivia sob o regime comunista.

Ele teve nacionalidade tcheca retirada depois de cair em desgraça com as autoridades de seu país durante a Primavera de Praga, o movimento reformista de 1968 esmagado pelos exércitos sob o comando soviético.

Kundera recuperou a cidadania tcheca em 2019, embora tenha adotado a nacionalidade francesa em 1981.

Nascido em 1º de abril de 1929 em Brno, segunda maior cidade tcheca, Kundera escreveu poemas e contos antes de publicar, em 1967, seu romance de estreia, “A Brincadeira”. Dois anos depois, ele publicou “Risíveis Amores”, conjunto de contos que fazem um balanço amargo das ilusões políticas da geração do golpe de Praga que, em 1948, permitiu a chegada dos comunistas ao poder.

O romance que o consagrou internacionalmente foi “A Insustentável Leveza do Ser”, de 1983, um retrato sarcástico da condição humana e um dos livros mais influentes das últimas décadas.

Depois de obter a nacionalidade francesa, Kundera publicou vários livros em francês.