Não ter medo de passar pelos processos de uma separação é o primeiro passo para quem quer superar uma perda amorosa. Depois que uma relação termina, muitas pessoas relatam sentimento de solidão, angústia e até mesmo depressão. Mas, de acordo com o psicólogo André Barbosa, essa sensação de coração partido, na verdade, é uma forma de luto.

Aceitar emoções e entender que é comum se sentir triste após uma separação é a maneira mais inteligente de dar a volta por cima, segundo o especialista em saúde mental. “É normal a pessoa se sentir triste e chorosa pelo rompimento. Anormal seria, ainda gostando da pessoa, pular de alegria. Estamos vivendo em tempos que não toleramos mais sofrer e isso é preocupante, uma vez que a vida é feita de altos e baixos”, avalia.

André reforça ainda que aceitar as emoções é diferente de alimentá-las. “Alimentar é você, se sentindo triste, começar a procurar evidências de que seu ex está com outra pessoa, ou curtindo a vida, sendo mais feliz sem você. O cérebro sai buscando, no ambiente, algo que compre a sua teoria”, explica, alertando para as consequências: “Aumenta ainda mais a tristeza, pode vir raiva, revolta, diminuir a autoestima e nada disso vai ajudar”.

A famosa “virada de página” não vai acontecer do nada. Com mais de 290 mil seguidores no Instagram, André Barbosa afirma que é preciso engajar em uma mudança comportamental. “De preferência, faça uma lista de coisas que você gosta de fazer e um planejamento de quando você pode executá-las”, incentiva.

Conheça as cinco fases do luto pós-relacionamento

1. Negação: “A pessoa tem medo de apagar as fotos, de contar para as pessoas sobre o fim, de sair sozinha e ser questionada sobre o término”, lista o especialista.

2. Barganha: “Tentar fazer coisas que havia prometido que iria fazer quando ainda estava na relação. Nesse momento, a pessoa entra na academia, faz tudo que o outro reclamava que você deveria fazer. O problema aqui é que você só está fazendo pelo outro e não você”, diz.

3. Raiva: “A fase na qual tenta colocar a culpa no outro pelo fim. Projeta cenas na cabeça de que o outro está feliz, com outra pessoa, curtindo a vida, enquanto você sofrendo”, comenta.

4. Depressão: “Aqui a ficha já caiu, vêm a vontade de se isolar e a tristeza”, alerta.

5. Aceitação: “Nesse momento, já existe o reconhecimento do fim e, quando a pessoa se lembra do outro, não existe mais a dor. Ela começa a focar em si e completa a virada da chave”, completa.

Para passar por essas fases da melhor forma possível, André Barbosa incentiva que a pessoa resgate o contato social, cuide de sua alimentação, regule o sono, pratique uma atividade física e execute seus planos profissionais. “Se você notar que as fotos nas redes sociais estão te desestabilizando, bloqueie. Oriente também seus amigos em comum, não ficar levando e trazendo assuntos de ex. Agora, se essa condição de tristeza persistir de forma crônica por mais de dois meses, mesmo você fazendo tudo isso, aconselho buscar ajuda psiquiátrica e psicológica para examinar mais a fundo isso”, finaliza.