17/02/2017 - 18:10
O Senado americano confirmou nesta sexta-feira o aliado da indústria de combustíveis fósseis e cético do aquecimento global Scott Pruitt como diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA), colocando um especialista jurídico no comando de um departamento que ele processou repetidamente.
A escolha do presidente Donald Trump para a direção da EPA foi uma das mais polêmicas entre os seus indicados para o gabinete, e os democratas realizaram uma sessão durante toda a noite no plenário do Senado em uma tentativa fracassada de bloquear sua confirmação.
Pruitt foi confirmado por 52 votos a 46 – um alívio para a Casa Branca dois dias depois de que o indicado de Trump para secretário do Trabalho renunciou ao cargo, em meio a controvérsias de negócios e pessoais.
Dois democratas de estados ricos em carvão, Joe Manchin da Virgínia Ocidental e Heidi Heitkamp de Dakota do Norte, votaram a favor de Pruitt.
Como procurador-geral do estado de Oklahoma, o republicano de 48 anos apresentou ou participou de mais de uma dúzia de processos judiciais para bloquear algumas das principais normas da EPA, favorecendo executivos da indústria.
Ele assume o controle de uma agência que, sob o governo do ex-presidente Barack Obama, foi responsável por implementar regulações ambientais sobre a poluição do ar e da água, as emissões de gases de efeito estufa e as emissões de combustíveis dos veículos.
Os opositores de Pruitt ridicularizaram a afirmação de Trump de que ele seria um administrador ambiental competente.
“Os republicanos estão virando as costas para décadas de progresso ambiental bipartidário”, disse o democrata número dois do Senado, Dick Durbin.
“Pruitt demonstrou repetidamente sua relutância em aceitar a ciência das mudanças climáticas e seu desprezo pelas leis que protegem nosso ar e nossa água potável”, acrescentou.
Durante a audiência de confirmação, Pruitt respondeu aos críticos que o veem como um cético do clima, dizendo aos senadores que a “atividade humana de alguma forma” afeta as mudanças climáticas.
Os democratas pediram, sem êxito, que a votação fosse adiada para terça-feira, dia em que um tribunal ordenou ao escritório do procurador-geral de Oklahoma liberar cerca de 3.000 e-mails entre Pruitt ou sua equipe e executivos da indústria de combustíveis fósseis.