Palco de um dos episódios que teriam inspirado o adolescente de 14 anos a atirar contra os colegas em Goiânia, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, localizada na zona oeste do Rio, teve uma programação especial ontem: atividades sobre a importância da paz e o combate ao bullying. Mas foi mera coincidência.

A abordagem desse tema já estava prevista havia dias, contaram os alunos, e não se deveu ao ocorrido em Goiânia. O ataque de ontem não foi mencionado durante as atividades, e boa parte dos alunos soube do episódio apenas depois da aula.

Em 7 de abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou no local e, com dois revólveres, matou 12 adolescentes e feriu outros 13. Depois do caso, a Tasso da Silveira foi reformada e a entrada mudou de lado, passando para outra rua. Ganhou um moderno sistema de câmeras de segurança e hoje tem um guarda municipal permanentemente na portaria, que fica fechada.

A maioria dos alunos e professores que estuda hoje na unidade não estava lá no dia do episódio. A única referência que têm dele é um memorial criado em uma esquina da escola – uma praça ornamentada com estátuas dos adolescentes mortos. “Não consigo falar daquele dia sem começar a chorar”, conta o carteiro Hercilei Antunes, de 51 anos, que mora em frente à antiga entrada da escola.