SÃO PAULO, 24 MAR (ANSA) – Por Luciana Ribeiro – O momento é de atenção e prevenção contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pandemia, que já deixou mais de 20 mil mortos em todo mundo, fez governos de diversos países anunciarem medidas restritivas, como o isolamento social, além do fechamento de indústrias, comércios e até mesmo escolas para conter a propagação do vírus. Entretanto, em meio ao caos, ainda há histórias e iniciativas positivas dando um sopro de esperança e tranquilidade às pessoas. Este é o caso da escola italiana Eugenio Montale, na região do Morumbi, em São Paulo, que se mobilizou em tempo recorde para criar uma plataforma digital para os alunos continuarem os estudos à distância por meio de um método interativo inovador.   

Com o objetivo de sair do óbvio e-learning, modalidade de ensino online, a instituição optou pelo uso da criatividade para integrar a nova experiência da “casa como sala de aula”, incentivando a individualidade, o desenvolvimento da autonomia e a capacidade crítica dos alunos.   

A medida foi elaborada justamente para proporcionar aos estudantes a mesma aula dinâmica que já acontece presencialmente. “As salas presenciais são pequenas e têm entre 10 e 15 alunos, o que possibilita uma aula mais interativa. Como a escola é construtivista, não é só conteúdo, os alunos têm de trabalhar para chegar no conteúdo”, explicou à ANSA a presidente da Associação Educacional Eugenio Montale, Sandra Papaiz.   

Além das aulas normais da grade curricular, a iniciativa, que contou com a ajuda de professores, diretores e pais dos alunos, engloba dois projetos-piloto, um de design, o “Fiat lux”, e outro de apresentações de fábulas italianas.   

No primeiro, a empresa Protto disponibiliza luminárias “Alva” e ensina todos a montá-las, com o intuito de “fomentar o espirito maker [criador]”. A experiência inicial, no entanto, será reservada apenas a uma turma. “Os alunos poderão montar e receber explicações dos professores sobre temas como eletricidade, software, aplicativos e até empreendedorismo.   

Através disso, eles podem aprender um monte de coisas indiretamente”, acrescentou Papaiz. Já o segundo projeto diz respeito à “Vovó Nenê”, personagem interpretada pela contadora de histórias Cris Velasco, mãe de uma das alunas da Montale. A nonna italiana foi criada para desenvolver afetividade e gerar ocasiões lúdicas, em um momento de distanciamento social. A ideia também visa a garantir uma conexão pedagógica entre a cultura italiana e os estudantes.   

De acordo com a presidente da Associação Educacional Eugenio Montale, a personagem tem um “sotaque meio macarrônico” e não só conta as histórias como ainda relembra as medidas de prevenção contra o novo coronavírus, explicando, por exemplo, como lavar as mãos corretamente para evitar a Covid-19.   

Desde fevereiro, os representantes da Montale já acompanhavam o cenário devastador na Itália em decorrência do novo coronavírus.   

E foi isso que garantiu uma resposta rápida e organizada após o governo do estado de São Paulo determinar o fechamento das escolas. Além desses projetos, a instituição italiana também estuda a possibilidade de montar um coral online. “Nossa missão é levar conhecimento. Não importa como, quando, onde e de que jeito nós vamos levar. Nós temos que nos mexer”, finalizou Papaiz. (ANSA)