Escavações revelam nova ‘Vila dos Mistérios’ em Pompeia

ROMA, 26 FEV (ANSA) – Escavações no sítio arqueológico de Pompeia, no sul da Itália, revelaram uma nova “Vila dos Mistérios”, casa da antiga cidade romana famosa por seus afrescos que retratam um ritual de iniciação feminina nos mistérios de Dionísio, o deus do vinho e do êxtase na mitologia grega.   

Trata-se de uma grande sala para banquetes na qual três paredes estão cobertas por pinturas em tamanho quase real e que também narram temas dionisíacos.   

Situado na área central de Pompeia, o novo espaço foi batizado pelos arqueólogos como “Casa do Tíaso”, ou seja, o cortejo de foliões de Dionísio, que é representado nos afrescos com bacantes (mulheres que cultuavam o deus do vinho), dançarinas, caçadoras e jovens sátiros de orelhas pontudas.   

O centro da representação exibe uma iniciante, uma mulher mortal que, por meio de um ritual noturno, está prestes a ser introduzida aos mistérios dionisíacos.   

“Para os antigos, a bacante expressava o lado selvagem e indomável da mulher. É o oposto da mulher bonita, que emula Vênus, deusa do amor e do casamento, a mulher que se olha no espelho e que se embeleza”, disse o diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, Gabriel Zuchtriegel.   

“Tanto a Casa do Tíaso quanto a Vila dos Mistérios mostram a mulher suspensa, oscilando entre esses dois extremos, duas modalidades de ser feminina naqueles tempos”, acrescenta.   

A “Vila dos Mistérios” é uma das construções mais visitadas e mais bem preservadas do sítio arqueológico e retornou à luz no início do século 20.   

“É um momento histórico em que Pompeia se revela a nós em sua misteriosa grandeza, porque este ciclo de afrescos representa algo único, sobre o qual existem poucos traços em testemunhos arqueológicos”, disse o ministro da Cultura da Itália, Alessandro Giuli.   

Pompeia fica nos arredores de Nápoles e foi destruída por uma erupção do Vesúvio no ano 79 da Era Comum, mas muitos de seus segredos ainda permanecem escondidos. “Imaginem como será este lugar daqui a um século, quando nenhum de nós estará mais aqui”, acrescentou o ministro. (ANSA).