SAN CASCIANO DEI BAGNI, 22 DEZ (ANSA) – Novas evidências obtidas a partir da mais recente campanha de escavações no Santuário del Bagno Grande, em San Casciano dei Bagni, na Toscana, Itália, põem em cheque a história do sítio arqueológico etrusco, que pode ser ao menos dois séculos mais antigo do que se acreditava.
O anúncio se deu em meio à descoberta de uma “grande escola médica” a partir de objetos de terracota que representam partes do corpo humano, como pés, pernas, mãos, cabeças, além de reproduções de vísceras humanas feitas com o mesmo material.
Esse e outros achados no local sugerem que o santuário tenha tido início por volta do final do século 5 a.C., e não em 3 a.C., como se pensava até agora.
Além de artefatos de terracota, objetos em bronze, comumente encontrados no sítio arqueológico, reforçam a hipótese de um grande santuário etrusco do período Arcaico localizado próximo às nascentes de água ou em seus arredores.
O novo estudo confirmou a presença de um grande recinto da era etrusca do século 3 a.C., mas com evidências de que seja ainda mais antigo, com dimensões semelhantes às do templo da era imperial romana descoberto no local. Em vários pontos, o recinto apresenta provas de ritos de abandono, caracterizados pela dispersão intencional de terracotas arquitetônicas.
Fora dali, na ala sudoeste, começaram as escavações no que parece ser uma favissa, um depósito subterrâneo que guardava objetos votivos sagrados. Os achados incluem partes anatômicas do corpo humano em terracota, bem como fragmentos de estátuas e elementos decorativos arquitetônicos, como antefixos.
Também foram localizados materiais pertencentes ao final da era etrusca no santuário, quando, no século 4 d.C., os romanos intervieram na zona e reposicionaram os objetos deste povo fora do templo. Ali, os arqueólogos encontraram objetos votivos como cabeças, figuras de crianças em tamanho real e um modelo multivisceral de terracota que representa, até o momento, a reprodução mais precisa de vísceras humanas já encontrada.
A descoberta reforça ainda mais a hipótese da presença em Bagno Grande de uma verdadeira escola de medicina etrusca, ativa pelo menos desde o século 3 a.C.
Para os arqueólogos, a escavação na favissa é “só o início” do que virá na próxima campanha, já que o local se revelou como “uma fonte extraordinária de informações”. (ANSA).